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Sanções, guerra e comércio devem preencher cimeira China - União Europeia

As sanções contra a Rússia, uma solução para a guerra sob os termos da Ucrânia e fricções comerciais deverão ser os principais tópicos abordados durante a cimeira China -- União Europeia, que decorre esta semana, em Pequim.

Sanções, guerra e comércio devem preencher cimeira China - União Europeia
Notícias ao Minuto

10:34 - 04/12/23 por Lusa

Mundo China/UE

Os Presidentes do Conselho e da Comissão Europeia, Charles Michel e Ursula von der Leyen, e o principal diplomata do bloco, Josep Borrell, vão reunir nos dias 7 e 8 de dezembro com as autoridades do país asiático, retomando um encontro anual que foi suspenso durante os três anos da pandemia.

As autoridades chinesas, que se opõe à decisão de Bruxelas de classificar a China como "concorrente e rival sistémico", devem abordar o tratamento "discriminatório" em relação às suas empresas na Europa, especialmente após o lançamento de uma investigação sobre os subsídios atribuídos aos fabricantes de veículos elétricos pelo país asiático.

Isto surge após a adoção de um quadro regulamentar que restringe o investimento chinês em setores estratégicos. A estratégia de reduzir riscos no comércio com a China, delineada por Ursula von der Leyen, é outro fator de preocupação para Pequim, que acusa o Ocidente de tentar conter o desenvolvimento da China.

A liderança chinesa deve assim repetir o apelo para que a Europa adote "autonomia estratégica", numa altura de crescente rivalidade entre Pequim e Washington.

Durante uma visita a Pequim, em outubro passado, Borrell apelou à China para que não considere os seus laços com a UE através da lente das relações do bloco "com outros".

Borrell advertiu que a confiança política mútua entre Bruxelas e Pequim foi "minada" pela posição de Pequim sobre a guerra na Ucrânia e que o conflito tornou a UE uma "potência geopolítica".

"Isto significa que, na nossa visão do mundo, temos muito mais em consideração o poder militar e estratégico", realçou.

A China afirmou ser neutra no conflito, mas mantém uma relação "sem limites" com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia. Pequim acusou o Ocidente de provocar o conflito e "alimentar as chamas" ao fornecer à Ucrânia armas defensivas.

Desde que a China abriu as suas fronteiras no início do ano seguiu-se uma série de visitas europeias de alto nível ao país, incluindo de Ursula von der Leyen, do Presidente francês, Emmanuel Macron, do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, do vice-presidente da Comissão Europeia e responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis ou da Comissária Europeia da Energia, Kadri Simson.

Durante a cimeira, os funcionários da UE devem pedir ao Presidente chinês, Xi Jinping, que impeça as empresas chinesas de ajudarem a Rússia a contornar as sanções impostas na sequência da invasão da Ucrânia.

A UE calcula que cerca de 70% dos produtos sensíveis e de alta tecnologia de origem europeia que chegam às Forças Armadas russas passam pela China.

O jornal de Hong Kong South China Morning Post avançou que, em causa, estão 13 empresas chinesas, que as autoridades europeias optaram por excluir da última ronda de sanções, preferindo abordar diretamente o assunto com a liderança do país asiático.

Um outro objetivo das autoridades europeias é conseguir que a China adira à fórmula de paz do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Pequim enviou o seu enviado especial Li Hui a uma segunda reunião com mais de 40 países para discutir a guerra na Ucrânia, na Arábia Saudita, em agosto. No entanto, Li Hui faltou à reunião de acompanhamento em Malta e, com nova ronda de conversações prevista para as próximas semanas, Bruxelas quer ver a China na mesa das negociações.

A relação comercial entre a UE e a China é uma das mais importantes do mundo.

Em 2022, o comércio bilateral ascendeu a 865 mil milhões de euros, um montante recorde.

No entanto, o défice comercial para a UE nas trocas com a China aumentou de 154,7 mil milhões de euros, em 2018, para 396 mil milhões de euros, no ano passado, suscitando fortes reclamações por parte de Bruxelas, que acusa o país asiático de práticas comerciais "injustas".

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