O comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, segundo a Efe, manifestou o apoio da UE à Carta sobre Gestão de Riscos e Financiamento, uma iniciativa lançada hoje na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que decorre no Dubai, e que estabelece uma série de princípios para melhorar a resposta nos países mais afetados pela crise climática e para antecipar as catástrofes naturais.
"Vamos atuar antes das catástrofes para reduzir os riscos, adaptar-nos, antecipar as catástrofes sempre que possível e garantir que os fundos chegam logo que necessário", comprometem-se os países signatários.
Os signatários comprometem-se também a colaborar no planeamento a longo prazo para garantir "um financiamento coerente e coordenado entre a adaptação às alterações climáticas, o desenvolvimento e o ciclo de gestão do risco de catástrofes".
Garantem ainda que irão maximizar os seus esforços para tornar a ajuda mais rápida, mais fiável e mais bem orientada.
Além disso, propõem a melhoria dos sistemas de prestação de serviços "para que as comunidades em maior risco e as pessoas mais marginalizadas, incluindo as ameaçadas ou afetadas por conflitos e situações de fragilidade, recebam assistência atempada antes, durante e após as catástrofes".
Este documento foi apresentado no mesmo dia em que foi lançada a Declaração sobre Clima, Assistência, Recuperação e Paz, assinada por 70 governos e 39 organizações, incluindo a UE, que se centra no financiamento climático para ambientes altamente vulneráveis e frágeis.
Os signatários ofereceram apoio imediato aos países e comunidades mais vulneráveis e aos que operam em ambientes "frágeis e afetados por conflitos" para fazer face aos choques e stress climáticos.
"As alterações climáticas afetam-nos a todos, mas não a todos por igual. Em ambientes frágeis e afetados por conflitos, três vezes mais pessoas são afetadas por fenómenos meteorológicos extremos todos os anos do que noutros países", disse o diretor-geral da COP28, Al Suwaidi.
"Apesar disso, as pessoas que vivem em Estados extremamente frágeis recebem uma fração - até 80 vezes menos - do financiamento climático em comparação com as que vivem em Estados não frágeis", acrescentou.
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