O cessar-fogo exigido deve facilitar a prestação de "assistência para salvar vidas", incluindo alimentos, água potável, equipamentos médicos e combustível, bem como permitir que a ajuda humanitária chegue às instalações da ONU, escolas, hospitais e instalações de saúde no norte de Gaza, defenderam estes organismos.
As ONG, onde se incluem a Amnistia Internacional Espanha, Save the Children ou Médicos Sem Fronteiras, pediram também um compromisso para "proteger as vidas do pessoal humanitário e médico em todos os momentos".
Da mesma forma, o cessar-fogo deve permitir que pacientes em condições críticas sejam evacuados para cuidados urgentes e acabar com o "deslocamento forçado de civis altamente vulneráveis".
A concentração, que contou com representantes das principais ONG espanholas, incluiu a projeção nas luzes do Palácio da Imprensa, na Plaza de Callao, junto à Gran Vía de Madrid, de imagens com a mensagem "cessar-fogo permanente".
Em comunicado, as ONG denunciaram o "pesadelo de morte, dor e destruição insondáveis nos Territórios Palestinianos Ocupados, especialmente em Gaza, e em Israel", onde "milhares de pessoas foram mortas, feridas, deslocadas, sequestradas ou privadas de liberdade".
"Estamos a enfrentar uma catástrofe humanitária de enormes proporções", sublinharam ainda as organizações no comunicado, defendendo que "é obrigação moral e legal da comunidade internacional agir para preservar e proteger as vidas da população civil de Gaza e garantir o seu direito de receber assistência humanitária".
A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, 5.000 feridos e cerca de 240 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 55.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 15.000 mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 240 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos.
Leia Também: Houthis ameaçam voltar a atacar caso trégua em Gaza não seja prolongada