"Foi lindo. Tal como o imaginei. Os dois a corremos um para o outro". É desta forma que Thomas Hand descreveu o momento em que voltou a ter a sua filha Emily junto a si, após ter sido raptada pelo Hamas.
A história de Emily e do seu pai foi uma das mais acompanhadas nos meios de comunicação social, depois de Thomas, de nacionalidade irlandesa, ter confessado preferir que a criança estivesse morta do que feita refém. Uma opinião que rapidamente mudou quando soube que, afinal, a menina poderia estar viva.
No sábado, ambos voltaram a reencontrar-se, após 50 dias de rapto. "Apertei-a. Se calhar apertei-a com demasiada força", disse Tom, recordando o momento pelo qual tanto aguardou - e que trouxe também um sentimento de tristeza.
"A parte mais chocante foi que ela estava só a sussurrar, eu não a conseguia ouvir", afirmou em entrevista à CNN Internacional, recordando aquele que será um dos comportamentos adotados durante o período em que esteve em cativeiro.
Thomas revelou que a filha lhe disse que não gosta de se referir ao sítio onde esteve como Gaza e que prefere chamar-lhe "caixa". "Quando lhe questionaram quanto tempo esteve dentro da caixa, respondeu 'um ano'".
"Foi como um murro no estômago", admitiu Thomas, referindo que a menina ainda chora ao lembrar-se do que se passou e que não gosta de ser reconfortada. "É como se tivesse aprendido a reconfortar-se sozinha".
Para Thomas, há ainda um longo caminho a percorrer daqui em diante mas a prioridade será a saúde da sua filha.
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