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Refém israelita revela como dormiam e o que comiam em cativeiro

Uma refém israelita libertada pelo movimento islamita palestiniano Hamas contou que inicialmente foi bem alimentada durante o cativeiro, até que as condições pioraram e as pessoas passaram fome.

 Refém israelita revela como dormiam e o que comiam em cativeiro
Notícias ao Minuto

06:35 - 29/11/23 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

Numa das primeiras entrevistas com reféns libertados, Ruti Munder, de 78 anos, contou esta segunda-feira à estação israelita Canal 13 que passou todo o tempo com a filha, Keren, e o neto, Ohad Munder-Zichri, que comemorou seu nono aniversário em cativeiro.

Este relato, aumenta a quantidade de informação sobre a experiência dos reféns detidos em Gaza, noticiou hoje a agência Associated Press (AP).

Munder foi sequestrada em 07 de outubro na sua casa em Nir Oz, um 'kibutz' no sul de Israel. O seu marido, Avraham, também de 78 anos, também foi feito refém e permanece em Gaza, enquanto o seu filho foi morto no ataque.

Inicialmente, comeram "frango com arroz, todo tipo de comida enlatada e queijo", explicou Munder ao Canal 13. Os adultos começaram por beber chá pela manhã e à noite e as crianças comiam doces.

Mas a 'ementa' mudou quando "a situação económica não era boa e as pessoas passaram fome".

Israel tem mantido um cerco apertado a Gaza desde o início da guerra, levando à escassez de alimentos, combustível e outros itens básicos.

Munder, que foi libertada na sexta-feira, voltou em boas condições físicas, como a maioria dos outros prisioneiros. Mas uma das reféns libertadas, uma mulher de 84 anos, foi hospitalizada em estado de risco de vida, depois de não receber os cuidados adequados durante o cativeiro, de acordo com os médicos.

A maioria dos reféns libertados manteve-se fora dos olhos do público desde o seu regresso e a maioria dos detalhes sobre a sua situação e experiência em Gaza proveio de familiares que os visitaram.

A idosa confirmou os relatos de familiares de outros reféns libertados, explicando que dormiu em cadeiras de plástico, coberta com um lençol, embora nem todos tenham tido acesso a um.

Também esta segunda-feira, a tia de um refém russo-israelita de 25 anos que foi libertado no domingo de Gaza, contou que o seu sobrinho fugiu dos captores e escondeu-se em Gaza durante alguns dias, antes de ser recapturado.

"Ele disse que foi levado por terroristas para um prédio. Mas o prédio foi destruído [por um bombardeamento israelita] e ele conseguiu fugir", destacou Yelena Magid, tia de Roni Krivoi, à rádio Kan, referindo que a fuga durou cerca de quatro dias.

A tia de Eitan Yahalomi, Devorah Cohen, contou à imprensa francesa que o seu sobrinho, de 12 anos, foi por vezes mantido sozinho, mas quando estava com outras pessoas, os seus raptores ameaçavam-no com uma arma sempre que as crianças choravam, para as manter caladas.

"Os terroristas do Hamas forçaram-no a ver filmes de horror, do tipo que ninguém quer ver", frisou.

Graças a uma trégua de que o Qatar foi o principal mediador, desde a passada sexta-feira que o Hamas liberta diariamente cerca de uma dezena de mulheres e crianças enviadas para a Faixa de Gaza na sequência do ataque surpresa de 7 de outubro, em troca da libertação de três vezes mais prisioneiros palestinianos, na maioria mulheres e adolescentes.

Israel declarou guerra ao Hamas em 7 de outubro, na sequência de um ataque do grupo islâmico, que incluiu o lançamento de mais de 4.000 foguetes e a infiltração de perto de 3.000 militantes, que mataram cerca de 1.200 pessoas e raptaram mais de 240 em comunidades israelitas próximas da Faixa de Gaza.

Desde então, as forças aéreas, navais e terrestres de Israel contra-atacaram no enclave palestino, onde mais de 15 mil pessoas já morreram, segundo as autoridades da Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo Hamas, a maioria delas crianças e mulheres, e estima-se que mais de sete mil pessoas estejam desaparecidas sob os escombros.

Leia Também: Libertados 30 presos palestinianos no quinto dia de cessar-fogo

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