Valdo Calocane, o homem com dupla nacionalidade - portuguesa e guineense - suspeito de ser responsável pelo ataque de Nottingham, no Reino Unido - negou, esta terça-feira, ter assassinado de forma voluntária as três vítimas mortais do ataque de junho, declarando-se apenas culpado pelo crime de homicídio por negligência.
Segundo a Sky News, Calocane, que responde pelo nome Adam Mendes, declarou-se também culpado do crime de homicídio, na forma tentada, de outras três pessoas.
O crime remonta a 13 de junho, quando Calocane, de 32 anos, esfaqueou Barnaby Webber e Grace Kumar, ambos com 19 anos, pelas 4h00. Após o crime, o agressor atacou Ian Coates, de 65 anos, um funcionário escolar que estava a ir para o trabalho.
Após a audição desta terça-feira, o julgamento foi adiado para 16 de janeiro de 2024.
De acordo com o Daily Telegraph, os pais de Valdo Calocane, originários da Guiné-Bissau, trabalharam na ilha da Madeira e obtiveram a nacionalidade portuguesa.
O casal ter-se-á mudado mais tarde para o Reino Unido com os três filhos e o suspeito terá o estatuto de residente enquanto cidadão europeu.
Na altura, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, afirmou estar em contacto com as autoridades britânicas.
"Descobrimos recentemente, esta manhã, que aparentemente o suspeito tem nacionalidade portuguesa. Estamos a investigar o assunto, mas estaremos em estreito contacto com as autoridades britânicas a este respeito", sublinhou.
As famílias das vítimas pronunciaram-se acerca do crime dias após ter acontecido. O filho de Ian Coates afirmou estar "devastado" e ainda "em choque" com o sucedido e recordou o pai como "um amado e respeitado membro da equipa da Academia de Huntingdon".
A família de Barnaby Webber, atleta da universidade, manifestou-se e falou em "completa devastação". "Completa devastação não é suficiente para descrever a nossa dor e perda pelo assassínio sem sentido do nosso filho", lia-se numa nota citada pela imprensa britânica.
Já a família de Grace, estudante de medicina, anunciou estar "desesperadamente chocada e triste" com o desaparecimento súbito da jovem.
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