Líder do Podemos diz a Sánchez que é "enorme erro" excluir partido
A líder do partido Podemos, parceiro de coligação dos socialistas no Governo de Espanha na última legislatura, acusou hoje o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, de expulsar a formação do executivo e disse tratar-se de "um enorme erro político".

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Mundo Espanha
Pedro Sánchez e o Partido Socialista (PSOE) "conseguiram expulsar o Podemos do governo", o que "é, acima de tudo, um enorme erro político" atendendo à "onda reacionária" que só pode ser combatida com a unidade de toda a esquerda, disse Ione Belarra, em Madrid, num discurso de despedida do cargo de ministra dos Direitos Sociais.
A líder do Podemos disse que o partido foi "o motor" das "maiores transformações feministas e sociais" da passada legislatura e que foi por fazer "política útil" em favor dos menos beneficiados, enfrentando "os poderosos", que ficou agora de fora do novo Governo.
"Pedro Sánchez expulsa-nos deste governo e rompe, assim, com a unidade de um bloco democrático em que precisamos uns dos outros", disse também a até hoje ministra da Igualdade, Irene Montero.
As dirigentes do Podemos acusaram Sánchez de nunca ter querido o partido dentro do governo, ao ponto de ter forçado a repetição de umas eleições em 2019 e só ter aceitado a coligação da anterior legislatura perante a confirmação do resultado eleitoral.
Os 22 ministros do novo governo de Espanha, saído das eleições de 23 de julho, tomaram hoje posse.
O executivo liderado por Pedro Sánchez, que é primeiro-ministro desde 2018, é uma coligação formada pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) e pelo Somar, uma plataforma de esquerda liderada pela ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, de que faz parte agora o Podemos.
O Podemos foi absorvido pelo Somar, elegeu cinco deputados dentro das listas da nova plataforma de esquerda, mas ficou agora sem qualquer ministério, depois de meses de confronto e rutura pública com Yolanda Díaz.
A legislatura anterior ficou também marcada por tensões entre o Podemos e o PSOE, apesar da coligação de governo.
Na segunda-feira, depois de conhecida a composição do novo executivo, dois porta-vozes do Podemos disseram, numa conferência de imprensa em Madrid, que o partido "foi expulso" do Conselho de Ministros por Pedro Sánchez e por Yolanda Díaz e falaram em "reforçar a autonomia política" da formação a partir de agora.
Os dois porta-vozes não esclareceram se os deputados do partido vão sair do grupo parlamentar do Somar, num parlamento dividido em dois blocos em que uma diferença de cinco votos pode impedir a aprovação de leis.
O Podemos, fundado por Pablo Iglesias, é um dos partidos que em 2015 acabou com o bipartidarismo do PSOE e do Partido Popular (PP, direita), quando elegeu 42 deputados e chegou a rivalizar com os socialistas no tamanho da bancada parlamentar.
Sánchez foi reeleito pelo parlamento na semana passada com 179 votos a favor, 171 contra e nenhuma abstenção dos 350 deputados espanhóis.
PSOE e Somar não têm maioria absoluta no parlamento e para ver viabilizado o novo governo, Sánchez fez acordos com mais seis partidos nacionalistas e independentistas das Canárias, Catalunha, Galiza e País Basco.
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