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Brasil vai à COP28 "numa liderança pelo exemplo"

O Brasil vai chegar à 28.ª conferência das Nações Unidas sobre o clima (COP28) liderando pelo exemplo contra as alterações climáticas e com uma delegação recorde de 2.400 pessoas, afirmou hoje o governo brasileiro.

Brasil vai à COP28 "numa liderança pelo exemplo"
Notícias ao Minuto

22:39 - 20/11/23 por Lusa

Mundo COP28

"O Brasil chega na COP reafirmando a sua ambição climática, numa liderança pelo exemplo" garantiu a secretária de Mudança do Clima do Brasil, Ana Toni, num evento, no Palácio Itamaraty, organizado pelo Governo sobre os objetivos da missão brasileira para a COP28 que se realizará no Dubai entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro.

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, marcará presença nos dias 01 e 02 de dezembro, assim como os 138 chefes de Estado e Governo já conformados, detalhou o secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, o embaixador André Corrêa do Lago.

Para reforçar a ideia de liderança pelo exemplo, Ana Toni, para além de anunciar que o Pavilhão Brasil terá mais de 120 eventos durante o evento, relembrou os dados divulgados na semana passada sobre o desmatamento na Amazónia e o regresso este ano do Fundo Amazónia, suspenso pelo Governo anterior.

A taxa oficial de desflorestação na Amazónia foi de 9.001 quilómetros quadrados de agosto de 2022 a julho de 2023, uma queda de 22,3% em relação ao período anterior. 

Só de janeiro a agosto foram menos 49.5 250 milhões de toneladas de carbono emitidas no país, o equivalente ao que Argentina emite, frisou a responsável brasileira.

"O Brasil está empenhado e tem uma mensagem sobre mudança do clima em praticamente todas as áreas", sublinhou André Corrêa do Lago, acrescentando que o Brasil vai defender que "têm de ser os países florestais a pautar o debate e não os países desenvolvidos".

Outro dos pontos chaves da missão brasileira será a necessidade de insistir no esforço de limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius para que "para que não tenhamos uma situação ainda mais dramática", disse.

Sobre o relatório da ONU alertou hoje para a necessidade da redução para metade das emissões estimadas de gases com efeito de estufa (GEE) até 2030, para impedir um aumento da temperatura global acima de 1,5 °C, o embaixador brasileiro frisou que os "países desenvolvidos deviam analisar a possibilidade de antecipar" as suas metas e objetivos já que segundo a ONU os países mais ricos são atualmente responsáveis por 76% das emissões globais.

O relatório, uma avaliação anual, independente e cientificamente fundamentada, foca-se no desfasamento entre as prometidas reduções de emissões e o que é realmente necessário limitar o aquecimento a 1,5°C acima dos valores médios da era pré-industrial e conclui que na atual trajetória as temperaturas serão 3°C mais altas no fim do século.

O Brasil está "consciente da vulnerabilidade do país em relação à mudança do clima", disse Ana Toni, recordando a onda de calor que está a atravessar o país (com sensações térmicas próximas dos 60.ºC), a seca na amazónia e as inundações no rio grande do Sul.

Questionado sobre a posição brasileira em relação aos combustíveis fosseis, um objetivo que não foi incluído na declaração da Cimeira dos Países Amazónicos, organizada este ano por Lula da Silva, Ana Toni afirmou que devem ser os países devolvidos a liderarem esse debate

"Não pode ser um debate isolado do Brasil", disse, ao responder sobre um projeto no qual a estatal Petrobras aguarda licença ambiental para iniciar a exploração de uma possível grande reserva em águas profundas no Atlântico, ao largo da foz do rio Amazonas.

Leia Também: COP28. Ambientalistas esperam valorização do oceano

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