Hamas considera "vitória" sequestro pelos huthis de navio no Mar Vermelho
O Hamas saudou hoje o sequestro pelos rebeldes xiitas huthis de um navio no Mar Vermelho, considerando-o "uma vitória para o sangue derramado em Gaza", atualmente palco de um conflito entre Israel e o movimento islamita palestiniano.
© Reuters
Mundo Israel/Palestina
O sequestro da embarcação surge após os rebeldes xiitas huthis, envolvidos num conflito no Iémen e apoiados pelo Irão, terem ameaçado atacar navios pertencentes ou operados por empresas israelitas.
Sami Abu Zuhri, porta-voz do grupo islamita, disse que a operação dos huthis "é um acontecimento qualitativo", segundo publicou o diário palestiniano Filastin, na plataforma Telegram.
"Deveria ser um exemplo para outras nações agirem contra os Estados Unidos e contra a ocupação e fazê-los pagar um preço pelos seus crimes na Faixa de Gaza", disse o porta-voz.
Os huthis afirmaram que o sequestro foi uma medida de retaliação em resposta aos "atos hediondos de Israel contra o povo palestiniano em Gaza e na Cisjordânia" e apelaram a outros países para se manterem afastados da área.
Além disso, ameaçaram atacar todos os navios que tenham qualquer ligação com Israel.
No entanto, as autoridades israelitas sublinharam que não se trata de um navio israelita e consideraram o sequestro um "incidente grave com consequências globais".
O gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, confirmou o desvio do navio por parte dos huthis no domingo e atribuiu-o ao "terrorismo iraniano".
Teerão reagiu e desvinculou-se do incidente, enquanto o Japão, país de origem da empresa gestora da embarcação, condenou "veementemente" o sucedido.
O navio sequestrado é o "Galaxy Leader", gerido pela empresa Nippon Yusen, revelou hoje o porta-voz do Governo japonês, Hirokazu Matsuno.
O mesmo porta-voz indicou que o executivo de Tóquio já falou diretamente com o grupo rebelde iemenita para tentar a libertação do navio comercial operado por um armador japonês.
"Estamos em contacto com Israel e, além de falar diretamente com os huthis, instámos a Arábia Saudita, Omã, o Irão e outros países relevantes a exigir dos huthis que o barco e os tripulantes sejam imediatamente libertados", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros do Japão, Yoko Kamikawa.
Uma fonte marítima do Porto de Hodeida, controlado pelos rebeldes huthis e para onde foi transportado o navio, lembrou que o grupo rebelde iemenita avisou que vai atacar todos os navios que sejam propriedade ou operados por empresas israelitas ou com bandeira israelita no Mar Vermelho.
"O navio saiu da Turquia com destino à Índia, com civis de várias nacionalidades a bordo, mas nenhum israelita. Não é um navio israelita", esclareceu, entretanto, o exército israelita.
Os huthis, que controlam a capital do Iémen, Sanaa, fazem parte do designado "eixo de resistência" contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irão como o Hamas e o movimento xiita libanês Hezbollah.
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