Biden é "inteiramente responsável" por ataques a hospital, diz Hamas

O movimento islamita palestiniano Hamas acusou hoje o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de ser "inteiramente responsável" pela atual operação israelita contra o hospital de Al-Shifa, na Faixa de Gaza.

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© MOHAMMED ABED/AFP via Getty Images

Lusa
15/11/2023 06:13 ‧ 15/11/2023 por Lusa

Mundo

Faixa de Gaza

"Consideramos a ocupação [nome dado pelo Hamas a Israel] e o Presidente Biden inteiramente responsáveis pelo ataque do exército israelita ao complexo médico de Al-Shifa", declarou o Hamas, num comunicado em árabe.

O exército israelita anunciou, esta madrugada, que estava a realizar uma "operação direcionada" contra o Hamas no hospital de Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza.

"As IDF [sigla em inglês das Forças de Defesa de Israel] estão a realizar uma operação de precisão contra o Hamas num setor específico do hospital de Al-Shifa", declarou o exército, num comunicado em inglês.

O exército israelita tem "equipas médicas e falantes de árabe no local que foram treinados especificamente para este ambiente sensível e difícil, para garantir que nenhum dano é feito aos civis utilizados pelo Hamas como escudos humanos", acrescentou.

No início da noite de terça-feira, o Ministério da Saúde do Hamas disse ter sido notificado pelo exército israelita da intenção de efetuar uma operação no hospital, que tem estado no centro do conflito entre o movimento islamita e o exército israelita nos últimos dias.

Vários milhares de pessoas, entre doentes, pessoal e civis deslocados pela guerra que dura desde 07 de outubro, estão amontoados nas imediações e no hospital de Al-Shifa, cercado "por todos os lados" pelo exército israelita, indicou o Hamas, que relata "disparos intensos".

O exército israelita afirmou que o hospital alberga infraestruturas estratégicas do Hamas, acusando o movimento de estar a usar a população como "escudos humanos".

Na terça-feira, a Casa Branca disse que o Hamas e o outro grupo islamita palestiniano, Jihad Islâmica, tinham "um centro de comando e controlo a partir do hospital de Al-Shifa".

O Hamas rejeitou as acusações: "estas declarações dão 'luz verde' à ocupação israelita para cometer novos massacres brutais contra os hospitais, para destruir o sistema de saúde de Gaza", de acordo com um comunicado em inglês.

"Ao longo das últimas semanas, indicámos repetidamente que a utilização continuada do hospital de Al-Shifa para fins militares pelo Hamas levaria ao fim da sua proteção, ao abrigo do direito internacional", afirmou o porta-voz do exército israelita, Daniel Hagari, na terça-feira à noite.

As IDF indicaram ter "informado as autoridades competentes de Gaza que todas as atividades militares no hospital deviam cessar no prazo de 12 horas", mas que "infelizmente não foi isso que aconteceu".

Em 07 de outubro, o Hamas lançou um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo mais de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e é classificado como terrorista pela UE e pelos Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo em Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

Os bombardeamentos israelitas por ar, terra e mar causaram mais de 11 mil mortos, na maioria civis, na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Hamas.

Leia Também: Em Al-Shifa, bebés foram enrolados em alumínio para ficarem quentes

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