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Morreu Joan Jara, mulher do músico chileno assassinado Victor Jara

Joan Jara, mulher do cantor e compositor chileno Victor Jara, torturado e assassinado há 50 anos, no início da ditadura de Augusto Pinochet, morreu no domingo, em Santiago do Chile, aos 96 anos, disse a família.

Morreu Joan Jara, mulher do músico chileno assassinado Victor Jara
Notícias ao Minuto

06:50 - 13/11/23 por Lusa

Mundo Chile

"Lamentamos informar que a nossa querida e amada Joan Jara faleceu hoje [domingo], 12 de novembro, às 17h30 [12:30 em Lisboa], aos 96 anos", confirmou a Fundação Victor Jara, numa breve mensagem.

Fontes próximas da família disseram à agência de notícias EFE que as cerimónias fúnebres de Joan Jarra realizam-se a partir de hoje, mas "ainda estão a ser organizadas".

Victor Jara, famoso pelas canções de ativismo político e social, foi detido a 11 de setembro de 1973, dia em que o exército chileno, liderado pelo general Augusto Pinochet, se revoltou contra o governo eleito democraticamente do socialista Salvador Allende.

O músico foi levado, juntamente com milhares de outras pessoas, para o estádio nacional, na capital, onde foi torturado durante cinco dias antes do corpo ser abandonado numa área de Santiago do Chile, mutilado e crivado com 44 balas.

Pouco depois do funeral, Joan Jara partiu para o exílio no Reino Unido com as duas filhas, uma delas nascida da relação com Victor Jara, tendo apenas regressado ao Chile em meados da década de 1980.

Depois de regressar ao país, Joan Jara intensificou a atividade política, incluindo esclarecer a morte do músico e encontrar os culpados. Em 2009, foi identificado o autor do crime.

Pedro Pablo Barrientos, um antigo militar chileno, foi detido pelas autoridades de imigração dos Estados Unidos, no início de outubro, no estado da Flórida (sudeste), e deverá ser extraditado a 28 de novembro para o Chile, onde é procurado pela justiça desde 2013.

O antigo soldado, que vivia nos EUA desde 1989, perdeu a cidadania norte-americana em julho, depois de um tribunal ter considerado que tinha ocultado informações sobre o serviço militar no Chile.

Em 2016, um tribunal federal da Flórida considerou-o responsável pela tortura e pelo assassínio de Victor Jara, na sequência de uma ação civil intentada pela família do cantor.

Em 1998, a justiça chilena começou a investigar as violações dos direitos humanos durante a ditadura militar de Augusto Pinochet, entre 1973 e 1990.

Desde então, foram condenados cerca de 250 agentes do regime, incluindo, no final de agosto, os responsáveis pela tortura e homicídio de Victor Jara.

Hernan Chacon, de 85 anos, general chileno reformado, condenado juntamente com outros oficiais pelo assassínio de Victor Jara em 1973, suicidou-se em agosto, pouco antes de ser levado para a prisão pela polícia.

Augusto Pinochet morreu em 2006 sem nunca ter sido condenado pelos crimes cometidos pelo regime que liderou. Cerca de 3.200 pessoas morreram ou desapareceram, de acordo com organizações de defesa dos direitos humanos.

Leia Também: Ex-militar chileno detido nos EUA por homicídio do músico Victor Jara

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