Uma mulher de Winnipeg, no Canadá, está a processar o restaurante de 'fast food' canadiano Tim Hortons, alegando que quase morreu e ficou debilitada depois de lhe terem posto leite normal no chá em vez do leite de amêndoa que pediu.
Ao que noticia a CBC News, a mulher de 25 anos pede uma indemnização por dor e sofrimento, angústia mental, custos passados e futuros em cuidados de saúde e perdas de rendimentos na petição inicial apresentada ao Tribunal de Manitoba a 1 de novembro.
Ela está a processar o franchising de restaurantes, uma das suas subsidiárias e o operador do Tim Hortons em Kildonan Place, em Winnipeg.
O processo revela que a mulher usou a aplicação da Tim Hortons - que não incluía uma opção para indicar a sua alergia à proteína do leite diagnosticada - para pedir um chá com leite de amêndoa, em junho passado.
A mulher foi buscar o chá à loja Tim Hortons, em Kildonan Place, antes de regressar ao trabalho no mesmo centro comercial, onde começou imediatamente a sofrer uma reação alérgica depois de beber o primeiro gole, lê-se no processo. Telefonou à mãe, que a ajudou a administrar uma injeção de adrenalina.
Um colega de trabalho levou-a de carro para o Hospital Concordia e, durante o trajeto, a mulher não reagia e o seu coração não batia.
Os médicos demoraram oito minutos a reanimar a mulher, que foi depois transferida para uma unidade de cuidados intensivos no Health Sciences Centre, onde foi entubada durante a noite.
De acordo com o processo, a mulher ficou confusa, inquieta e com défices neurológicos no dia seguinte. Na semana seguinte, foi retirada dos cuidados intensivos e desenvolveu dores de cabeça, perda de visão, dormência e fraqueza do lado esquerdo.
A visão da mulher deteriorou-se, o seu lado esquerdo ficou paralisado e, nos dias que se seguiram, não tinha movimentos antigravitacionais no lado direito do corpo. O processo revela que ela também um transtorno convulsivo, que causa movimentos bruscos e anormais.
No final de junho, a condição da mulher melhorou o suficiente para que fosse transferida para o Riverview Health Centre, onde passou quatro semanas em reabilitação das lesões cerebrais.
A visão e a mobilidade da mulher melhoraram na altura em que saiu, mas os problemas de equilíbrio, a fadiga e a fraqueza do lado esquerdo continuaram. A sua recuperação continua e está agora a aguardar encaminhamento para um terapeuta ocupacional e um especialista em reabilitação da fala.
"Foram-lhe prescritos vários medicamentos e a sua carta de condução foi suspensa durante seis meses desde a data do seu último ataque", que teve lugar em meados de junho, refere o processo.
Ainda não se sabe se a mulher vai recuperar totalmente.
O processo afirma que a Tim Hortons violou o dever de cuidado para com a mulher ao não disponibilizar uma secção na sua aplicação para os consumidores indicarem as suas alergias e ao não garantir que fossem estabelecidos ou seguidos os procedimentos adequados para as encomendas de bebidas não lácteas e que os funcionários tivessem formação para os seguir.
A Tim Hortons também não avisou a mulher dos riscos associados à encomenda de uma bebida através da sua aplicação ou de potenciais alergénicos.
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