Ex-governantes alertam para deterioração de democracias na América Latina
Um grupo de antigos chefes de Governo alertou terça-feira para a deterioração das democracias na América Latina, que classificou como a região mais desigual e violenta do mundo.
© Reuters
Mundo América Latina
"A democracia continua a ser, neste hemisfério, o marco pelo qual temos as melhores possibilidades de acesso ao desenvolvimento, a direitos, à justiça e à segurança", afirmou o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, no fórum VIII Diálogo Presidencial do Grupo IDEA, realizado no Miami Dade College (MDC).
Este responsável criticou que a "lógica da canibalização dentro da sociedade" faça com que os líderes políticos percam os objetivos comuns de "projetos sustentáveis de longo prazo".
Almagro lamentou ainda que esta seja a "região mais desigual e mais violenta do mundo".
Segundo os dados avançados no fórum, a América Latina tem menos de 10% da população mundial, mas é responsável por cerca de 38% das mortes violentas.
Presente na mesma sessão, o ex-Presidente da Colômbia Andrés Pastrana afirmou que a "judicialização da política mina o Estado de direito", após referir-se ao caso da venezuelana María Corina Machado.
Em 22 de outubro, a eleição de Machado como candidata da oposição às eleições primárias na Venezuela foi suspensa pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Em declarações à agência EFE, antiga Presidente da Costa Rica Laura Chinchilla considerou ser justificável que as sanções contra a Venezuela fossem mantidas pelos EUA, se o Presidente Nicolás Maduro não aceitasse a legitimidade da candidatura de María Corina Machado.
"Se não forem tomadas medidas agora para manter os compromissos do Governo dos EUA e da oposição, não vejo quando isso acontecerá", sublinhou.
Já o ex-Presidente da Bolívia Jorge Quiroga disse, durante a sua intervenção, que o que está em causa é a liberdade da Venezuela, notando que, para isso, é "fundamental o empoderamento político" de María Corina Machado.
Nesta reunião marcaram ainda presença outros ex-Presidentes, como Osvaldo Hurtado e Jamil Mahuad (Equador), Iván Duque (Colômbia) e Sebastián Piñera (Chile).
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