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"Se a Europa fizesse uma selfie tinha um rosto aborrecido"

O primeiro-ministro de Itália, Matteo Renzi, disse hoje que a presidência italiana da União Europeia "não se limitará às questões económicas" e que o grande desafio será "recuperar a alma europeia". "Se hoje a Europa fizesse uma 'selfie' [autoretrato], qual seria a imagem que resultaria? A Europa de hoje mostraria o rosto do aborrecimento", acrescentou.

"Se a Europa fizesse uma selfie tinha um rosto aborrecido"
Notícias ao Minuto

16:15 - 02/07/14 por Lusa

Mundo Matteo Renzi

Renzi esteve hoje no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, a apresentar as prioridades da presidência italiana, que arrancou na terça-feira e se estenderá até ao final do ano.

"Se hoje a Europa fizesse uma 'selfie' [autoretrato], qual seria a imagem que resultaria? A Europa de hoje mostraria o rosto do aborrecimento", disse Matteo Renzi no hemiciclo europeu, num discurso em que considerou que perante a palavra Europa não vem à memória Arquimedes, Da Vinci ou Aristóteles, mas "dificuldade económicas e financeiras".

"As feridas que as recentes dificuldades deixaram no nosso corpo são demasiado grandes, não podemos subestimar a questão financeira. A Itália defende que o grande desafio do semestre europeu não é fazer uma lista de problemas a resolver, o grande desafio é recuperar a alma europeia", afirmou o italiano, que assumiu a chefia do Governo de Roma em fevereiro com fortes críticas ao seu antecessor, Enrico Letta.

Matteo Renzi, 39 anos, tem adotado um novo estilo, mais moderno e dinâmico, e é tido como o homem capaz de infletir a política europeia da austeridade.

Neste discurso, apesar de não se ter centrado nas questões de natureza económica, Renzi falou sobre o Pacto de Estabilidade e Crescimento para dizer que deve ser respeitada a estabilidade, mas também o crescimento: "O crescimento deve ser o ponto fundamental da política europeia, sem crescimento a Europa não tem futuro".

O primeiro-ministro italiano disse que a Itália é um dos países financiadores líquidos da União Europeia (contribui mais do que recebe) mas que os italianos ficam felizes com isso porque, no projeto europeu, "o mais importante não são os valores económicos".

Perante o hemiciclo europeu, em que os 'eurocéticos' e 'eurófobos' têm uma expressão importante, Renzi explicou que tem a intenção de aproveitar a presidência rotativa da UE para reerguer o espírito europeu e ver os valores europeus espelhados na política externa.

A Europa tem de se indignar, considerou Renzi, quando alguém é preso por questões religiosas ou perante as jovens raptadas na Nigéria. Lembrou ainda os migrantes que atravessam o mar Mediterrâneo vindos de África para chegar a Itália e as vítimas que essas viagens provocam.

"Devemos pensar nas questões humanas. Senhores deputados, vocês representam um farol de civilização. Se não afirmarmos os nossos valores, não vamos a lado nenhum e perdemos a dignidade de políticos europeus", instou Renzi.

A Europa, disse ainda, tem de "ouvir as vozes que pedem liberdade" vindas da Ucrânia e do Leste, não pode ficar parada perante o que acontece no Médio Oriente e, ao mesmo tempo, não pode construir-se "contra o seu maior vizinho".

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