De acordo com o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), desde 07 de outubro, "a violência dos colonos aumentou significativamente, de uma média de três incidentes por dia para uma média atual de sete por dia" nas últimas semanas.
"Neste período, o OCHA registou 171 ataques de colonos contra palestinianos", aumentando também a "pressão sobre os palestinianos para saírem" em múltiplos casos "de assédio, invasão e intimidação", refere-se no comunicado.
A violência por parte dos colonos, em muitos casos armados, além das crescentes restrições de circulação, fez com que 15 comunidades agropastoris na Cisjordânia - cerca de 828 pessoas, incluindo 313 crianças -- tivessem de ser deslocadas à força desde o início da guerra na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islamita Hamas.
Por outro lado, "as restrições de acesso por parte das autoridades israelitas intensificaram-se em toda a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental", e são "particularmente graves em áreas próximas dos colonatos israelitas" e áreas adjacentes ao muro de separação israelita da Cisjordânia, ocupada desde 2022.
O OCHA alerta ainda que "os colonos também impuseram restrições de movimento, bloqueando estradas de acesso às comunidades palestinianas", que descreve como "medidas que limitaram o acesso dos palestinianos a serviços e meios de subsistência essenciais".
Muitas das comunidades de pastores dependem da ajuda humanitária, "incluindo serviços de saúde e educação", muitos dos quais "tiveram de ser suspensos" devido à intensificação das restrições.
No total, o número de palestinianos deslocados pela crescente violência dos colonos desde 2022 ascende já a 1.933 e as demolições de casas por parte de Israel também obrigaram à deslocação de mais 2.400 pessoas entre 2022 e 2023, de acordo com o OCHA.
A informação das Nações Unidas corrobora as denúncias feitas esta semana por várias organizações não-governamentais israelitas de direitos humanos, que alertam que os colonos agem com quase total impunidade e "apoio estatal" para atacar os palestinianos na Cisjordânia e forçar o seu deslocamento nas zonas rurais.
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