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Brasil, Indónesia e RDCongo procuram formas de proteger as suas florestas

Responsáveis dos países com as maiores bacias de florestas tropicais do mundo reúnem-se a partir de hoje na República do Congo, durante três dias, procurando formas de protegerem as suas florestas da desflorestação e financiar a sua proteção.

Brasil, Indónesia e RDCongo procuram formas de proteger as suas florestas
Notícias ao Minuto

18:18 - 26/10/23 por Lusa

Mundo Floresta

Vários representantes do Brasil, República do Congo, Indonésia e outros países participam na Cimeira das Três Bacias, em Brazzaville, onde se espera a formação de uma coligação entre os líderes das bacias do Amazonas, do Congo e do Bornéu para proteger estes locais.

Arlette Soudan-Nonault, ministra do Ambiente da República do Congo, afirmou que a cimeira é uma oportunidade para "pôr em marcha um movimento histórico e iniciar a cooperação entre as três bacias".

A ministra acrescentou que estes países "têm a responsabilidade, como guardiões da biodiversidade global, como pulmões do planeta e como reguladores do equilíbrio de carbono da Terra" de manter os ecossistemas para os 1,5 mil milhões de pessoas que vivem nas regiões e para o resto da humanidade que deles depende.

Os peritos florestais afirmam que a cimeira de três dias em Brazzaville é uma oportunidade crucial para agir e financiar planos para proteger e restaurar os ecossistemas florestais vitais.

Fan Price, líder global das práticas florestais da World Wildlife Fund (WWF), disse que "é imperativo que todos os governos das regiões e de fora das regiões utilizem esta plataforma para trabalhar em conjunto", apelando ao setor privado e à sociedade civil para que mudarem o panorama atual.

De acordo o WWF, o território que engloba os países das três grandes bacias tem dois terços da biodiversidade existente no mundo e representa 80% das florestas tropicais do planeta.

No entanto, estas florestas estão a ser colocadas sobre uma grande pressão, devido ao abate de árvores, degradação florestal e à perda de espécies nativas, colocando em risco as economias locais e a sua segurança alimentar.

Apesar de vários compromissos terem sido assumidos por governos e empresas para travar a desflorestação, esta continua a acontecer, sendo que, em 2022, um total de 4,1 milhões de hectares de floresta tropical foi destruído em prol da desflorestação, de acordo com um relatório publicado esta segunda-feira pela Forest Declaration Assessment.

O relatório também revelou que 96% da desflorestação que acontece no mundo ocorre nas regiões tropicais.

De acordo com Fan Price, a criação de gado e a pequena agricultura são outros fatores para a perda de floresta nos trópicos, alertando também para a expansão da rede de estradas e os incêndios, iniciados deliberadamente por quem limpa terrenos ou queima árvores abatidas, que podem por alastrar-se de forma incontrolável.

Para além disto, as alterações climáticas também têm afetado as florestas tropicais e, de acordo com Mikaela Weisse, diretora da Global Forest Watch, não é possível manter o planeta a 1,5 graus sem a proteção das mesmas.

São esperados cerca de 4.500 delegados de todos os continentes na cimeira e, de acordo com o programa oficial da mesma, esta irá contar com 15 chefes de estado.

Esta é a segunda Cimeira das Três Bacias Hidrográficas, que se baseia na primeira, realizada há 12 anos, quando os governos nas regiões das bacias concordaram em trabalhar em conjunto para proteger os recursos naturais das suas florestas.

Leia Também: Mundo "na direção errada" para travar desflorestação até 2030

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