PR do Zimbabué convoca eleições após perda de lugares pela oposição
O Presidente do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, convocou hoje eleições para preencher nove lugares no parlamento, que tinham ficado vagos após a destituição, há duas semanas, de 15 deputados da Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC), da oposição.
© Michael Owens/Getty Images for Freuds
Mundo Emmerson Mnangagwa
As eleições foram marcadas para o próximo dia 09 de dezembro.
A Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC, na sigla em inglês), principal formação da oposição, está a atravessar uma crise interna, exacerbada pela sua derrota nas eleições presidenciais e legislativas de agosto, apesar das acusações de fraude eleitoral.
Esta nova chamada às urnas segue-se à destituição de cerca de quinze dos seus deputados, anunciada pelo chamado secretário-geral interino do partido, Sengezo Tshabangu, embora os afetados tenham recorrido para o Supremo Tribunal para contestar a decisão.
De acordo com este grupo de deputados, o CCC não tem secretário-geral interino e, por conseguinte, Tshabangu não tem autoridade para tomar tal decisão.
O líder da CCC, Nelson Chamisa, é da mesma opinião e sublinhou que Tshabangu não tem qualquer legitimidade no seio da formação.
Estas novas eleições realizar-se-ão em nove círculos eleitorais, a maior parte dos quais em Bulawayo, a segunda maior cidade do país e um bastião da oposição.
Dos quinze deputados destituídos, seis foram eleitos por representação proporcional nas eleições de agosto, informou o diário zimbabueano The Herald.
O Presidente Mnangagwa foi reeleito com 52% dos votos, entre acusações de fraude por parte da oposição e de queixas dos observadores internacionais não só sobre o secretismo do processo, mas também sobre as medidas repressivas que foram impostas antes das eleições.
As eleições hoje convocadas poderão constituir uma tábua de salvação política para o ministro das Finanças, Mthuli Ncube, que não conseguiu ser eleito em Bulawayo para o partido no poder, a União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF, na sigla em inglês), bem como reforçar ainda mais o controlo do partido sobre a Assembleia Nacional.
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