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Centenas saíram à rua contra proposta de "centro erótico" em Amesterdão

Centenas de profissionais do sexo e residentes de norte a sul de Amesterdão manifestaram-se esta quinta-feira contra um plano do município de transferir a prostituição do famoso Red Light District para um "centro erótico" nos subúrbios.

Centenas saíram à rua contra proposta de "centro erótico" em Amesterdão
Notícias ao Minuto

06:51 - 20/10/23 por Lusa

Mundo Amesterdão

Os manifestantes marcharam pelas ruas em direção à Câmara Municipal, com dezenas a utilizarem máscaras para esconder as suas identidades, sendo que alguns seguravam cartazes como "Salvem o Red Light District".

A Câmara Municipal deve definir até ao final do ano um local para este polémico "centro erótico", que justifica pela necessidade de reduzir os incómodos e a criminalidade associada ao turismo de massa.

Com receio de ver este "centro erótico" perto das suas casas, os residentes que vivem perto dos três possíveis locais, no norte e no sul da cidade, juntaram-se inesperadamente ao protesto dos trabalhadores do sexo.

"Há 16 anos que protestamos contra o desaparecimento das janelas" de néon perto dos canais do centro histórico, realçou Mariska Majoor, uma antiga trabalhadora do sexo que defende o setor.

"Em 2007, o motivo [invocado pelo município] era o combate ao tráfico e abuso de pessoas e atualmente é o combate ao turismo de massa", acrescentou.

Uma trabalhadora do sexo, que se identificou apenas como Lucie, considera que estes planos escondem "um grande projeto de gentrificação".

"Trata-se principalmente de lutas de multidões em De Wallen, mas não é culpa das trabalhadoras do sexo, por isso não vejo por que deveríamos ser punidos por isso", realçou.

No total, várias centenas de moradores de Amesterdão seguiram até à câmara, estimou a agência de notícias neerlandesa ANP.

"Não queremos o maior bordel da Europa no nosso bairro", frisou à agência AFP Cynthia Cournuejouls, uma mãe de 42 anos que vive no sul da cidade.

A disputa envolveu até a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que se opõe fortemente ao facto de dois dos locais propostos estarem perto da sua nova sede, a sul de Amesterdão.

A capital neerlandesa, que está a tentar abandonar a sua imagem de "cidade do pecado", lançou também uma campanha 'online' para desencorajar os jovens europeus a organizarem festas de despedida de solteiro ou outras viagens festivas na cidade.

Após os protestos sobre a seleção de três locais potenciais para abrigar o centro em fevereiro, a presidente da câmara, Femke Halsema, ajustou ligeiramente o seu plano em junho, prometendo reduzir os espaços para a restauração.

O "centro erótico" ainda deverá acomodar cerca de uma centena de espaços destinados a profissionais do sexo.

As petições que se opõem a este projeto reuniram quase 22 mil assinaturas em setembro, sendo que, de acordo com uma sondagem realizada em junho pelo diário Het Parool, apenas uma em cada cinco pessoas apoiava este "centro erótico".

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