O comissário-geral da agência de ajuda humanitária da ONU (UNRWA, na sigla em inglês) alertou, esta quinta-feira, que a escalada de violência em Israel pode espalhar-se por toda a região, pedindo a abertura de corredores humanitários para permitir a entrada de ajuda em Gaza.
"O mundo está a perder a sua humanidade", lamentou Philippe Lazzarini, em declarações à BBC, defendendo que a ajuda "tem de ser ininterrupta... previsível [e] significativa", para poder ajudar o povo da faixa de Gaza.
O ataque do Hamas em Israel foi um "massacre horrível e bárbaro", criador de um "trauma nacional, um trauma coletivo em Israel", disse Lazzarini. "Mas este acontecimento ainda não justifica que a guerra seja conduzida sem qualquer restrição. E não acredito que matar ainda mais civis seja do interesse da segurança e da paz futuras aqui na região", retorquiu.
O líder da UNRWA apelou "aos israelitas e a qualquer pessoa relevante neste conflito para que respeitem o direito humanitário internacional".
"Não há exceção para ninguém", atacou, acusando que "mais de um milhão de pessoas foram deslocadas" em Gaza, o que "equivale a um castigo coletivo, e o castigo coletivo é uma violação do direito humanitário internacional".
Lazzarini estimou que, para colmatar as necessidades da população de Gaza, seria necessária a entrada de 100 camiões diários com ajuda humanitária no território, cuja fronteira com o Egito, na passagem de Rafah, deverá abrir na sexta-feira, para permitir a passagem de até 20 camiões com ajuda.
O Hamas lançou, a 7 de outubro, um ataque em território israelita que fez escalar a violência na região, resultando em ataques mútuos que vitimaram, até ao momento, vários milhares de civis.
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