À Lusa, Madgy, um egípcio de 56 anos, disse que sentiu a necessidade de se deslocar ao protesto porque quer a paz no Médio Oriente e por sentir que "os palestinianos estão a ser absolutamente oprimidos, sem nenhum direito".
"Os Palestinianos não têm direitos, têm o acesso a água e comida totalmente condicionado, e isto não é de agora, acontece há décadas. O que as pessoas não entendem é que o Hamas tem as únicas pessoas a defender o povo palestiniano e a posicionar-se contra esta opressão. Não há forças militares a defender os palestinianos. E não tenhamos dúvidas que Israel sabe muito bem controlar a narrativa destes acontecimentos", disse o egípcio, que vive nos Estados Unidos há mais de 40 anos.
"Há espaço para cristãos, há espaço para muçulmanos, há espaço para judeus. Nós só queremos que todos possam viver em paz", acrescentou.
Com vários manifestantes de rostos tapados, neste protesto foram erguidos cartazes com frases como "Liberdade para a Palestina", "Israel é responsável por 75 anos de derramamento de sangue de árabes", "Parem o bombardeamento de Gaza" e "Parem a ocupação racista".
Alem disso, foram também erguidos vários cartazes com frases polémicas proferidas pelo ministro da defesa de Israel, que afirmou que iria ser cortada a eletricidade, a água e o combustível à Faixa de Gaza.
"Calem-se terroristas, vocês são uns terroristas", gritou um rapaz que passava ao lado do protesto, limitado por grades colocadas pela Polícia.
Face a possíveis conflitos durante os protestos, a Polícia de Nova Iorque cancelou as férias de vários agentes e ordenou que todos estivessem hoje ao serviço, ao mesmo tempo que ativou um centro de operações em Manhattan.
O departamento de contraterrorismo da Polícia tem também estado a vigiar publicações 'online' de grupos radicais, no dia em o grupo islamita Hamas convocou o "Dia da Raiva".
À Lusa, um jovem judeu de Brooklyn disse que foi à manifestação para mostrar que os "judeus não são sionistas" e que se opõem aos ataques de Israel à Palestina.
"Nós, judeus, saímos hoje à rua para clarificar ao mundo que as ações de Israel contra a Palestina não são em nome dos judeus. Nós condenamos fortemente estas ações", afirmou Naftali.
Questionado sobre se temia algum tipo de violência após os apelos do Hamas em prol do "Dia da Raiva", o jovem negou qualquer temor, advogando saber que os "palestinianos não têm nada contra os judeus".
"Queremos apenas viver em paz com os palestinianos", frisou.
Outro homem presente na manifestação, um nova-iorquino, disse à Lusa que decidiu comparecer na manifestação para pedir o fim dos ataques a civis na Faixa de Gaza.
"Peço o fim do bombardeamento a bairros residenciais, a hospitais, o fim do assassinio de jornalistas. Oponho-me ao Hamas e ao facto dos israelitas estarem a atacar civis", disse Dan, de 35 anos.
"Espero que o nosso Presidente, Joe Biden, encontre uma maneira de mostrar a sua empatia face aos ataques contra civis israelitas, mas que também defenda a segurança dos civis palestinianos. Espero que ele advogue pela paz", instou o norte-americano.
Também um jovem paquistanês que não se quis identificar contou que está solidário quer com os israelitas, quer com os palestinianos, mas acredita que o povo de Gaza precisa de mais apoio neste momento tendo em conta as promessas de destruição do Hamas através de ataques à Faixa de Gaza feitas por autoridades israelitas.
Leia Também: Cidades norte-americanas reforçam segurança por receio de violência