Os autores do estudo do ECFR, "Sustentar e Prosperar: Como os Europeus Podem Ajudar a Ucrânia", defendem que "a UE deve encarar este apoio à Ucrânia como uma oportunidade para melhorar as instalações de produção militar, aumentar o seu perfil geopolítico, proteger a sua vizinhança e estabilizar o contorno e o modo de operação de uma União Europeia mais alargada".
Em setembro de 2022, dois dos autores deste estudo - em conjunto outros colegas do ECFR - fizeram um balanço de um cenário de "guerra longa", propondo um plano de apoio à Ucrânia que incluía assistência militar, garantias de segurança e apoio financeiro.
"A assistência militar imediata e a médio prazo é crucial, mas ganharia mais credibilidade se a UE e os Estados-membro a sustentassem em compromissos de longo prazo, como acordos bilaterais de segurança, adesão à NATO e em última análise, adesão à UE", defendem os autores do estudo - Marie Dumoulin, Lykke Friis, Gustav Gressel e Leo Litra.
Desde o início do conflito entre a Ucrânia e a Rússia em fevereiro de 2022, o apoio financeiro da UE, de 76 mil milhões de euros, tem sido crucial para o funcionamento do país.
Em julho de 2023, a Comissão Europeia propôs a criação de um mecanismo financeiro para 2024-2027 com o objetivo de apoiar a reconstrução da Ucrânia, com um montante máximo de 50 mil milhões de euros.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou durante uma entrevista em setembro que a guerra não terminaria tão cedo. No entanto, sublinhou que "se os ucranianos parassem de lutar, a Ucrânia deixaria de existir".
De acordo com o ECFR, a falta de assistência a longo prazo poderá "dar lugar a ressentimento e a uma visão mais transacional e utilitária das relações da Ucrânia com os seus parceiros ocidentais".
"Apoiar a segurança da Ucrânia e oferecer-lhe um caminho para a adesão à UE são oportunidades para a UE moldar uma união mais segura, mais próspera e que funcione melhor", acrescentaram os autores do estudo, referindo ainda que a não proposta de um "futuro europeu" à Ucrânia, poderá resultar, em último caso, na "destruição da UE".
"O processo de adesão à UE será transformador para a democracia e para a economia ucraniana, mas também para a própria UE", concluem os autores.
À Ucrânia foi concedido o estatuto de país candidato à União Europeia em junho de 2022.
Durante o debate sobre o Estado da União, que ocorreu em setembro no Parlamento Europeu em Estrasburgo, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu-se ao alargamento da UE como um "catalisador de progresso".
Josep Borrell também realçou o compromisso em apoiar o futuro da Ucrânia, durante uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE.
O assunto do alargamento da UE também foi discutido durante a Cimeira da Comunidade Política Europeia a 06 de outubro, em Granada, Espanha, quando se espera que até ao final do ano, os líderes da UE deem 'luz verde' à abertura de negociações formais com a Ucrânia e Moldova.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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