Num vídeo difundido através das suas redes sociais, o chefe do Governo polaco afirma que se deslocará a Granada para, "apesar da pressão e da chantagem, apresentar uma posição contrária ao pacto migratório", assegurando que a Polónia "continua a ser um lugar seguro e pacífico".
Com estas palavras, Morawiecki reafirma a posição contra "os burocratas de Bruxelas e os seus verdadeiros patrões, os de Berlim" que tentam, como disse há poucos dias, "implementar um plano insano" que irá "inundar Varsóvia com imigrantes ilegais".
A Polónia reiterou a sua rejeição ao projeto de redistribuição forçada de migrantes no território da União Europeia (UE) e anunciou que irá propor um "pacto de fronteiras seguras" com diretrizes comuns para todos os países membros, que inclui a reforma da Agência Europeia de Fronteiras (Frontex) e maiores recursos financeiros aos países com fronteiras externas à União.
Varsóvia também rejeita a alternativa de que os Estados que se recusem a acolher migrantes ao abrigo deste plano paguem 20 mil euros por cada pessoa rejeitada, uma vez que, segundo Morawiecki, "a Polónia já demonstrou a sua solidariedade ao acolher milhões de refugiados ucranianos".
Em declarações recentes, o primeiro-ministro polaco acusou Bruxelas de tentar "abrir as fronteiras da Europa através de um plano em forma de pacto" e alertou que, se concretizado, o acordo provocaria "tiroteios, ataques e motins" nas ruas da Polónia.
O partido no poder na Polónia, o Lei e Justiça (PiS), de ideologia nacionalista e ultraconservadora, convocou um referendo para ser realizar simultaneamente com as eleições nacionais de 15 de outubro, no qual perguntará aos polacos se apoiam "a admissão de milhares de migrantes ilegais vindos do Médio Oriente e de África, de acordo com o mecanismo de relocalização forçada imposto pela burocracia europeia".
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