Três pescadores filipinos mortos em colisão em zona disputada por Pequim

Três pescadores filipinos morreram quando o seu barco foi "abalroado" por um navio mercante estrangeiro, numa zona do mar do Sul da China disputada por Manila e Pequim, avançou hoje a Guarda Costeira das Filipinas.

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Lusa
04/10/2023 07:26 ‧ 04/10/2023 por Lusa

Mundo

Filipinas

A colisão ocorreu por volta das 04h20 de hoje (21h20 de terça-feira em Lisboa), cerca de 100 milhas náuticas (160 quilómetros) a noroeste do Atol de Scarborough, que fica a 150 milhas náuticas (240 quilómetros) a oeste de Luzon, a principal ilha das Filipinas.

O barco de pesca F/B Dearyn estava amarrado a um dispositivo flutuante, que é utilizado para a pesca, quando terá sido abalroado.

"O barco submergiu, resultando na morte dos três tripulantes, incluindo o capitão", disse a guarda costeira das Filipinas, em comunicado. As mortes ter-se-ão devido a "possível traumatismo cranioencefálico", de acordo com um relatório policial.

Os outros 11 tripulantes usaram pequenos barcos salva-vidas para recuperar os corpos e dirigiram-se para a cidade de Infanta, na província de Pangasinan, no norte do país, onde chegaram por volta das 10h00 (03h00 em Lisboa).

A guarda costeira das Filipinas disse que o navio mercante envolvido no incidente tinha uma bandeira estrangeira, sem especificar de que país se tratava.

O Pacific Anna, um petroleiro registado nas Ilhas Marshall, estava na zona no momento do incidente, disse a guarda costeira, após comparar os depoimentos dos pescadores sobre o incidente e os dados de tráfego marítimo.

O barco suspeito será abordado pelas autoridades durante a sua próxima escala, disse a guarda costeira.

De acordo com portais de tráfego marítimo, o Pacific Anna partiu da Coreia do Sul e deveria chegar a Singapura na quinta-feira.

Algumas das rotas marítimas mais importantes do mundo passam pelo mar do Sul da China.

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., disse que a guarda costeira estava a investigar as causas do incidente e instou o público a "abster-se de especulações" sobre o incidente.

A colisão surge uma semana depois da China ter avisado as Filipinas para não "procurarem problemas", depois de a Guarda Costeira do arquipélago ter anunciado a remoção de uma "barreira flutuante" que Manila acusou Pequim de ter instalado no Atol de Scarborough.

O atol, que se encontra dentro da zona económica exclusiva das Filipinas, foi ocupado em 2012 pela China, embora a zona se situe a quase 600 milhas náuticas (1.100 quilómetros) da ilha chinesa de Hainão.

Pequim reivindica a quase totalidade do mar do Sul da China, incluindo os arquipélagos de Paracel e Spratly, algo que choca com as zonas económicas de 200 milhas náuticas, tal como definidas pelo direito internacional, de países como as Filipinas, o Vietname e a Malásia.

Embora Pequim alegue bases históricas para as reivindicações, o Tribunal Permanente de Arbitragem decidiu em 2016 a favor de Manila, uma decisão que a China se recusa a acatar.

Leia Também: China aconselha Filipinas a evitarem provocações em recife disputado

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