Meloni recorda tragédia de Lampedusa após críticas à ausência do Governo

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, recordou hoje "com profunda emoção" o naufrágio, há dez anos, de uma embarcação ao largo de Lampedusa, em que morreram 368 imigrantes, perante críticas ao Governo por não ter estado nas homenagens.

Meloni recorda tragédia de Lampedusa perante críticas à ausência do Governo na homenagem

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Lusa
03/10/2023 20:36 ‧ 03/10/2023 por Lusa

Mundo

Itália

Desde o naufrágio "repetiram-se demasiadas tragédias que atingem as costas da Europa e é nosso dever pôr fim a este massacre contínuo, bloqueando também a partida de barcos improvisados", escreveu Meloni numa nota divulgada durante a tarde, horas depois da realização das homenagens.

"O empenhamento do Governo italiano em pôr fim a esta atividade hedionda do tráfico de seres humanos vai continuar sem tréguas, também em nome de todas as vítimas que perderam a vida no mar", acrescentou a líder da extrema-direita.

Centenas de pessoas, incluindo muitos jovens europeus, desfilaram ao meio-dia pelo centro da ilha, o enclave mais a sul de Itália, ao largo da costa norte-africana, com uma faixa onde se lia "Basta de mortos invisíveis".

Na noite de 2 para 3 de outubro de 2013, a uma milha da costa, um barco que transportava cerca de 520 migrantes afundou-se, matando pelo menos 368, numa das piores catástrofes de que há memórias nas águas do Mediterrâneo central.

O naufrágio de Lampedusa foi também o primeiro alerta italiano e europeu para o fluxo de migrantes provenientes de África.

Desde então, o fenómeno que transformou Lampedusa na "primeira porta de entrada para a Europa" não cessou e este ano registou níveis recorde: 134.578 migrantes desembarcaram em Itália este ano até agora, quase o dobro dos registados em 2022 (72.252) e quase o triplo de 2021 (47.726).

A nível político, a esquerda apelou para que fossem criados corredores seguros a partir de África e para a criação de missões navais europeias no Mediterrâneo para evitar novas catástrofes, enquanto nenhum representante do governo se deslocou à ilha, e Meloni viajou hoje para Turim (norte, no outro lado do país, para participar na Festa das Regiões.

Em declarações à Radio Televisão Italiana (RAI), o presidente da Câmara de Lampedusa na altura do naufrágio, Giusi Nicolini, considerou "grave" a ausência de elementos do Governo na ilha, o que ocorreu "pela primeira vez em dez anos".

Hoje, as organizações não-governamentais (ONG) que resgatam migrantes no mar e que são prejudicadas pelas leis de Meloni, que as obrigam a levar os resgatados para portos distantes para dificultar as suas missões, também se pronunciaram.

A organização espanhola Open Arms denunciou que desde o dia do naufrágio de Lampedusa "em Itália e na Europa houve uma sucessão de governos de todas as cores, mas no Mediterrâneo continuam a morrer pessoas por afogamento" e lançou uma recolha de assinaturas para pedir uma comissão de inquérito sobre este problema, através da rede social X, o antigo Twitter.

Os Médicos Sem Fronteiras lamentaram que o naufrágio "marcasse o início de um número crescente de mortes no mar e de uma série de medidas ineficazes e desumanas à custa de vidas humanas".

Leia Também: ONU assinala 10.º aniversário de trágico naufrágio em Lampedusa

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