Os soldados estavam na região oeste do país, que faz fronteira com o Mali e o Burkina-Faso, na operação "Almahaou", quando centenas de terroristas, em motociclos, os atacaram, afirmou, em comunicado, o general Salifou Mody, ministro da Defesa do Níger.
Os militares foram ajudados através de intervenção aérea e os feridos foram transportados para hospitais militares, acrescentou.
A junta afirmou que os militares, em defesa, mataram uma centena de extremistas e destruíram as suas motas e armas.
Há anos que o Níger luta contra uma insurreição extremista ligada à Al-Qaida e ao grupo Estado Islâmico. Os ataques aumentaram desde que soldados derrubaram o presidente democraticamente eleito do país, Mohamed Bazoum, em julho.
Durante o mês que se seguiu à tomada do poder pela junta, a violência ligada principalmente aos extremistas aumentou mais de 40%, de acordo com o Projeto de Dados sobre Localização e Eventos de Conflitos Armados.
Os ataques terroristas contra civis quadruplicaram em agosto, em comparação com o mês anterior, e os ataques contra as forças de segurança aumentaram na região de Tillaberi (oeste), matando pelo menos 40 soldados, segundo os dados do projeto.
Os Estados Unidos, a França e outros países europeus investiram centenas de milhões de dólares no reforço das forças armadas nigerinas.
No meio de um ambiente hostil a França, o Presidente francês Emmanuel Macron anunciou a retirada, até ao final do ano, dos 1.500 soldados do seu país no Níger e a retirada do seu embaixador, Sylvain Itte, que deixou o país esta semana após um impasse de meses com a junta, que o tinha mandado sair, mas, como não o fez, acabou sequestrado na embaixada.
A perda do apoio da França e, potencialmente, dos Estados Unidos, tornará difícil para a junta resistir às milícias rebeldes, segundo analistas de conflitos.
"É bastante previsível que haja cada vez mais operações terroristas", afirmou Wassim Nasr, jornalista e investigador sénior do Centro Soufan.
"Não há mais apoio dos franceses, nem por via aérea, nem por forças especiais", disse. "Uma vez que as forças do Níger perdem o apoio dos aliados, é muito difícil manter e conservar o território", acrescentou.
O ataque de quinta-feira ocorreu numa área onde o Estado Islâmico está ativo e as forças de operações especiais francesas estavam a apoiar ativamente os militares do Níger, disse Nasr.
A falta de segurança deixada pelos franceses também colocou ainda mais os grupos extremistas rivais uns contra os outros, concluiu o jornalista.
Leia Também: Sete soldados mortos em ataque de fundamentalistas islâmicos no Níger