Feijóo falha novamente investidura. Rei nomeará novo candidato

Uma vez chumbada, novamente, a proposta de governo da direita espanhola, resta ao rei Felipe VI propor um novo candidato a presidente do governo.

MADRID, SPAIN - JUNE 09: The president of the Popular Party, Alberto Nuñez Feijoo, after the meeting with members of the Standing Committee of the Spanish Committee of Representatives of Persons with Disabilities (CERMI), on June 9, 2022, in Madrid, Spain

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José Miguel Pires com Lusa
29/09/2023 13:04 ‧ 29/09/2023 por José Miguel Pires com Lusa

Mundo

Espanha

Foi, pela segunda vez em 48 horas, chumbada a proposta de governo liderada por Alberto Núñez Feijóo, líder do Partido Popular (PP), que não conseguiu arrecadar o número suficiente de votos no Congresso dos Deputados, pela segunda vez.

A proposta de Feijóo arrecadou apenas 173 votos a favor, sendo necessários 176 para atingir a maioria. Contra votaram, por outro lado, 177 parlamentares.

Já na quarta-feira, na primeira votação, Feijóo conseguiu arrecadar apenas 172 votos a favor, contando-se 178 votos contra.

Desta vez, Feijóo teve menos um voto contra por ter sido considerado nulo o voto de um deputado do partido separatista Juntos pela Catalunha (JxCat).

Além dos 137 deputados do PP, votaram a favor da investidura de Feijóo como primeiro-ministro os 33 parlamentares do VOX (extrema-direita) e os dois dos partidos regionais Coligação Canária e União do Povo Navarro (UPN).

Todos os restantes partidos (de esquerda, nacionalistas e independentistas da Galiza, Catalunha e País Basco) votaram contra e não houve qualquer abstenção.

Agora, o rei Felipe VI deverá indicar um novo candidato a primeiro-ministro, com o socialista Pedro Sánchez a afirmar repetidamente que está disponível e que tem condições para reunir os apoios necessários para ser reconduzido no cargo pelo parlamento.

O PP foi o partido mais votado nas eleições de 23 de julho e o Rei de Espanha, Felipe VI, indicou Feijóo como candidato a primeiro-ministro, com a investidura a ter de ser votada e aprovada pelo Congressos dos Deputados. Tal, no entanto, fracassou, deixando, novamente, caminho aberto para que Sánchez possa ser reconduzido como chefe do governo espanhol.

O Congresso dos Deputados tem até 27 de novembro, dois meses após a primeira votação da candidatura de Feijóo, para eleger um novo chefe do Governo e evitar a repetição das eleições legislativas em janeiro.

Numa intervenção no plenário ainda antes da votação, Alberto Núñez Feijóo reconheceu a derrota e desafiou Sánchez a repetir as eleições, por considerar que seria um cenário "mais decoroso" do que "o governo da mentira" que o socialista quer encabeçar.

Feijóo disse que Sánchez vai ter o apoio dos independentistas catalães a troco de uma amnistia para os envolvidos na declaração unilateral de independência da Catalunha em 2017 e de um referendo de autodeterminação cuja possibilidade o socialista negou antes das eleições, não tendo "o consentimento" dos espanhóis para o fazer.

"Consiga-o com transparência e tranquilidade nas urnas", disse Feijóo, dirigindo-se a Sánchez, a quem desafiou também a falar hoje ao plenário do Congresso dos Deputados para responder "sim ou não à amnistia e ao referendo".

Sánchez não participou hoje, nem nos dias anteriores, no debate de investidura de Feijóo, que na sua intervenção repetiu que poderia chegar a líder do Governo se cedesse aos independentistas e nacionalistas, mas preferia manter os seus princípios, ao contrário de outros líderes partidários.

Na resposta, os partidos de esquerda, nacionalistas e independentistas disseram-lhe que isso não é verdade e que não vai governar por se ter aliado à extrema-direita e, assim, ter impossibilitado qualquer ponte com outras formações.

"Nós também temos princípios e um deles é não fazermos política com a extrema-direita", disse o deputado do Partido Nacionalista Basco (PNV, na sigla em espanhol) Aitor Esteban, que lembrou que o VOX, entre outras coisas, quer acabar com as autonomias em Espanha e partidos como o PNV.

"Não quiseram [os dirigentes do PP] pôr um cordão sanitário em redor da extrema-direita e hoje é o Congresso dos Deputados que coloca um cordão sanitário" em redor do PP, disse, por seu turno, Óskar Matute, do partido basco EH Bildu, que sublinhou que "os direitos fundamentais, a xenofobia, a misoginia e LGBTIfobia não são matéria de debate".

Os partidos independentistas acusaram ainda o PP de não ter "nem uma só proposta para resolver o conflito político que existe entre a Catalunha e Espanha", nas palavras de Miriam Nogueras, do JxCat.

[Notícia atualizada às 14h23]

Leia Também: É oficial: Parlamento espanhol chumba investidura de Feijóo

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