Bogotá, 27 set 2023 (Lusa) -- Cerca de 20 combatentes da dissidência das FARC foram mortos e mais de 30 capturados pelo Exército colombiano em operações que decorrem no sudoeste da Colômbia, no departamento de Cauca, indicou hoje fonte oficial.
A região de Cauca é desde há várias semanas palco de intensos confrontos entre os dois beligerantes, que devem iniciar negociações de paz no próximo dia 08 de outubro.
Na sequência "do deslocamento efetuado pelas forças militares" em Cauca, "20 membros da dissidência foram mortos no decurso de operações militares, outros 17 enviados perante a justiça e ainda nove campos desmantelados (...), e neutralizadas 600 minas antipessoais", indica um comunicado do Exército difundido terça-feira nas redes sociais.
"No âmbito de um esforço operacional sustentado, e por via terrestre, fluvial e marítima, as diversas estruturas dissidentes [das FARC] que sustentam a sua economia ilegal assente no tráfico de droga, exploração ilegal de jazidas minerais e extorsão, entre outros delitos, foram atingidas de forma decisiva", assegura o texto.
A região de Cauca, com acesso à costa do Pacífico, é uma das zonas mais turbulentas do país. Diversos grupos armados disputam o seu controlo para assegurar importantes dividendos, incluindo os dissidentes das dissolvidas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, a guerrilha que combateu durante mais de meio século no país e conhecidos por "EMC-FARC", por 'estado-maior central') e que rejeitam o acordo de paz assinado em 2016 entre o Governo de Bogotá e a guerrilha marxista.
Dois atentados com carro armadilhado, atribuídos pelas autoridades a este grupo armado e dirigido a esquadras da polícia, terão hoje provocado dois mortos e uma dezena de feridos.
Na passada sexta-feira o EMC-FACR anunciou a suspensão das suas "ações ofensivas" na perspetiva das negociações que devem iniciar-se em 08 de outubro, em simultâneo com um cessar-fogo bilateral.
Os últimos meses foram assinalados por um reinício das atividades deste grupo contra as forças de segurança, também com o objetivo de ampliar o seu controlo territorial, ações que têm sido condenadas pelo Governo do Presidente Gustavo Petro.
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