Alemanha e EUA pede entrada de observadores em Nagorno-Karabakh
Os chefes da diplomacia da Alemanha e dos Estados Unidos pediram ao Azerbaijão que permita a entrada de observadores internacionais na região separatista de Nagorno-Karabakh, de onde já fugiram mais de 28 mil refugiados.
© Reuters
Mundo Nagorno-Karabakh
"Seria um voto de confiança que demonstraria que o Azerbaijão leva a sério os seus compromissos com a segurança e o bem-estar do povo de Nagorno-Karabakh se autorizasse o envio de observadores internacionais", disse hoje a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha.
"Juntamente com os nossos parceiros, trabalharemos com todas as nossas forças para enviar observadores o mais rapidamente possível", afirmou Annalena Baerbock, num comunicado.
Cerca de 28.120 refugiados entraram até agora na Arménia procedentes de Nagorno-Karabakh, onde o Azerbaijão efetuou uma ofensiva relâmpago na semana passada, indicaram na terça-feira as autoridades arménias.
"As crianças, mulheres e homens de Nagorno-Karabakh devem poder permanecer nas suas casas e na sua terra natal em paz e dignidade", defendeu Annalena Baerbock.
A ministra anunciou que a Alemanha aumentará de dois milhões de euros para cinco milhões de euros o montante da ajuda humanitária que será paga ao Comité Internacional da Cruz Vermelha que intervém na região.
Horas antes, também o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pediu ao Presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, que permita a entrada de uma missão de observação internacional em Nagorno-Karabakh.
Blinken "instou o Presidente Aliyev a comprometer-se a fornecer uma amnistia ampla e a permitir uma missão de observação internacional em Nagorno-Karabakh, e tomou nota dos compromissos públicos do presidente para ajudar a construir um futuro para todos os habitantes (...) baseado na paz, compreensão e respeito mútuos", disse o porta-voz de Blinken, Matthew Miller, num comunicado.
Além disso, o Secretário de Estado norte-americano insistiu na necessidade de o Azerbaijão não continuar as hostilidades e permitir que a ajuda humanitária chegue à área "sem impedimentos".
Em 24 de setembro, as autoridades da autoproclamada república de Nagorno-Karabakh, que capitulou após a operação militar lançada no dia 19 pelo Azerbaijão, anunciaram que os cidadãos que ficaram sem casa poderiam deslocar-se para a vizinha Arménia se assim o desejassem.
O resto dos cerca de 120.000 habitantes que pretendam deixar a região que será integrada no Azerbaijão poderá fazê-lo após concluída a saída dos deslocados e desalojados, indicou o Centro de Informação da autoproclamada república.
Ilham Aliev prometeu que os direitos das pessoas de Nagorno-Karabakh seriam respeitados, mas o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, denunciou que está já a decorrer a "limpeza étnica" daquele território.
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