Após conversações com o seu homólogo tunisino, Nabil Ammar, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, afirmou que a Finlândia arruinou o seu estatuto e reputação neutro e aderiu ao "projeto antirrusso dos Estados Unidos".
"Estou surpreso com a rapidez com que a Finlândia arruinou o seu estatuto neutro e a sua reputação e aderiu ao projeto anti-russo dos Estados Unidos", denotou, numa conferência de imprensa.
Lavrov descreveu a declaração da ministra dos Negócios Estrangeiros finlandesa, Elina Valtonen, de que os russos deveriam pagar "um preço" pelo que estava a acontecer na Ucrânia e classificou-a de "absolutamente grosseira".
"Mais uma vez, gostaria de enfatizar que a Finlândia está a fazer progressos no sentido de se juntar aos pioneiros da campanha anti-russa do Ocidente", sublinhou ainda.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Valtonen "ainda é uma diplomata inexperiente, uma vez que declarou abertamente o motivo pelo qual as sanções estão a ser impostas". "Para prejudicar as pessoas comuns", acrescentou.
"Como ela disse, o preço para travar a guerra deve ser pago pelo povo russo, por isso ela quer que o povo russo se levante em revolta contra o seu próprio governo", apontou Lavrov.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.614 civis desde o início da guerra e 27.149 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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