Polícia de Londres dispensa apoio do exército em operações armadas
A Polícia Metropolitana de Londres anunciou hoje que já não precisa do apoio do exército britânico em operações armadas, depois de terem regressado ao serviço suficientes agentes com licença de porte de arma.

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"A partir do meio-dia de segunda-feira, o número de polícias que regressou ao serviço com porte de armas de fogo é suficiente para que deixemos de necessitar de apoio externo para cumprir as nossas responsabilidades em matéria de luta contra o terrorismo", declarou a força policial num comunicado.
A polícia londrina (também conhecida como Scotland Yard) agradeceu ao Ministério da Defesa por ter aceitado o pedido feito no sábado e salientou que está atualmente a ser apoiada por outras forças policiais de fora da capital.
Dezenas de polícias de Londres depuseram as armas durante o fim de semana, na sequência da acusação por homicídio de um colega por ter disparado mortalmente contra um jovem negro de 24 anos, Chris Kaba, em setembro de 2022.
De acordo com a Polícia Metropolitana de Londres, os agentes policiais alegaram preocupação com o potencial impacto da acusação nas suas vidas e na classe profissional.
O comissário da polícia, Mark Rowley, escreveu no domingo à ministra do Interior britânica, Suella Braverman, a saudar o anúncio de uma revisão das regras de responsabilização dos agentes que têm porte de arma.
"Os agentes com armas de fogo receiam que, mesmo que respeitem as táticas e a formação que lhes foi dada, tenham de enfrentar anos de processos judiciais prolongados que afetam o seu bem-estar pessoal e o da sua família", argumentou Mark Rowley.
Chris Kaba, um trabalhador da construção civil, foi morto a tiro por um agente da polícia no bairro de Streatham, no sudoeste de Londres, quando o carro que conduzia estava a ser perseguido por um carro patrulha sem identificação, luzes ou sirenes. O homem estava desarmado.
Rowley sublinhou que incidentes como este são muito raros, precisando que só uma percentagem mínima (0,05%) das cerca de 4.000 operações armadas registadas resultam em tiros disparados por agentes policiais.
Apesar destas estatísticas, a diretora da organização Inquest (que monitoriza as mortes ocorridas sob custódia policial ou associadas às forças policiais), Deborah Coles, lamentou a "falta de responsabilização [da polícia] apesar de existirem provas claras do uso desproporcionado, perigoso e desnecessário da força em muitos casos".
A Polícia Metropolitana de Londres é a maior força policial no Reino Unido, com mais de 34.000 agentes para proteger cerca de nove milhões de pessoas, dos quais cerca de 2.500 agentes estão especialmente treinados para usar armas.
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