Kosovo afirma que atacantes de polícia estão na Sérvia

Seis pessoas suspeitas de participarem na morte de um polícia no Kosovo no domingo estão agora na Sérvia, afirmou hoje o ministro do Interior do Kosovo, adiantando que os "terroristas estão feridos e a ser tratados no hospital".

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Lusa
25/09/2023 16:19 ‧ 25/09/2023 por Lusa

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Kosovo

O ministro kosovar, Xhelal Sveçla, pediu à Sérvia que "os transfira imediatamente para as autoridades do Kosovo, para que possam ser julgados".

A morte do polícia de Kosovo, assim como os ferimentos de um outro agente, aconteceram durante um ataque na madrugada de domingo, no norte do Kosovo.

Segundo o primeiro-ministro kosovar, Albin Kurti, tratou-se de um ataque terrorista, em que os atacantes eram profissionais com máscaras e armas pesadas.

Três membros do grupo armado também foram dados como mortos no domingo, mas hoje as autoridades do Kosovo subiram o número de mortos de quatro para cinco, depois de terem descoberto o cadáver de outro alegado agressor.

A informação foi confirmada ao jornal Koha Ditore pelo procurador da região norte do Kosovo, Naim Abazi, que explicou que o corpo foi encontrado a 1,5 quilómetros do local do incidente por agentes que hoje regressaram para examinar a área.

"Estamos a tentar identificá-lo porque não havia nenhum documento com os restos mortais", disse Abazi.

O confronto aconteceu à entrada da aldeia sérvia de Banjska, na região norte do Kosovo, habitada maioritariamente por sérvios, onde alegadamente 30 agressores, supostamente sérvios ou sérvios do Kosovo, atacaram a polícia.

Os habitantes daquela localidade permaneceram esta segunda-feira nas suas casas na sequência de uma ordem das autoridades, que permanecerá em vigor enquanto os investigadores prosseguem as investigações no local.

Os polícias, que no domingo detiveram seis pessoas, continuaram hoje a vasculhar o local em busca de armas e dos restantes agressores.

"Não sabemos onde estão, procurámo-los por todo o lado, na floresta também, não sabemos ao certo como saíram do mosteiro", que estava rodeado de agentes da lei, disse o vice-comandante da polícia da região norte do Kosovo, Veton Elshani.

"É preciso verificar todo o local. Já encontrámos granadas, morteiros, e tudo isso é arriscado. Tem de ser tudo bem verificado antes de normalizar a circulação" na zona, explicou.

Segundo a imprensa sérvia, a cidade, com cerca de 500 habitantes, continua hoje cercada por polícias e carros blindados.

O confronto de domingo prejudicou as já difíceis relações entre Pristina e Belgrado.

O primeiro-ministro do Kosovo, Albin Kurti, acusou o Governo sérvio de apoiar os agressores, que descreveu como "terroristas", acusações que o Presidente sérvio, Aleksander Vucic, rejeitou, culpando Pristina pela "opressão e maus tratos" da minoria sérvia em Kosovo.

A Presidente do Kosovo, Vjosa Osmani, declarou luto nacional hoje, em homenagem ao polícia morto, a quem concedeu a condecoração póstuma de "Herói do Kosovo", num evento realizado hoje em Pristina e no qual Kurti voltou a atacar Belgrado.

Por seu lado, Vucic transmitiu hoje à Rússia, através do seu embaixador em Belgrado, que "uma parte da comunidade internacional" está a apoiar uma alegada "limpeza étnica brutal" no Kosovo, conforme argumentou o próprio Presidente na rede social Instagram.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou a situação atual "potencialmente perigosa", embora tenha admitido à imprensa russa que Moscovo não tinha informações suficientes para comentar os acontecimentos.

Tal como Belgrado, Moscovo, tradicional aliado próximo da Sérvia, não reconhece a autoproclamada independência do Kosovo em 2008.

Também os Estados Unidos mostraram preocupação com a situação, com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, a condenar de forma veemente os "ataques violentos e coordenados" de domingo contra a polícia kosovar e apelado a Belgrado e a Pristina para que acalmem os ânimos.

Leia Também: Kremlin considera a situação no Kosovo "potencialmente perigosa"

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