O diretor do Museu Egípcio, em Turim, Itália, está a ser acusado de ser "racista para com os italianos" por ter oferecido bilhetes com desconto a falantes de árabe, em 2018. Cinco anos depois, o debate continua aceso, com o vice-líder da Liga, membro da coligação governamental, a pedir que Christian Greco seja "expulso".
O político Andrea Crippa afirmou, esta semana, numa entrevista à imprensa italiana, citado pelo The Guardian, que Greco é "um ditador de esquerda" que dirige o Museu Egípcio de "forma ideológica e racista contra italianos e cristãos".
A polémica começou em 2018, quando Greco, responsável pelo museu desde 2014, ofereceu bilhetes com desconto aos falantes de árabe, em reconhecimento das relíquias do museu provenientes do Egito e como forma de promover o diálogo entre as duas culturas.
No entanto, para o político italiano, Greco deveria "fazer um ato de dignidade e demitir-se". "Faremos tudo para o expulsar e pedimos ao ministro da Cultura [Gennaro] Sangiuliano que o demita se não se demitir", sublinhou.
Em entrevista ao jornal La Stampa, Greco - que é italiano, mas já trabalhou noutros países - defendeu o seu percurso, afirmando que "a interferência política só existe em Itália".
"Em Itália, a interferência política é excessiva, arruína o equilíbrio e é um problema que sempre existiu", acrescentou. "Durante os meus sete anos de trabalho no estrangeiro, nunca vi um político".
O atual ministro da Cultura de Itália, Gennaro Sangiuliano, não se pronunciou sobre a polémica, mas o seu antecessor, Dario Franceschini, já saiu em defesa de Christian Greco. "A cultura é um terreno que deve ser mantido fora dos confrontos políticos", disse, citado pelo The Guardian.
Leia Também: Meloni acusada de dar 'tampa' a Biden para ir comer pizza em Nova Iorque