Governador de Mocímboa da Praia pede vigilância após novo ataque

O governador da província moçambicana de Cabo Delgado, Valige Tauabo, pediu à população local que se mantenha vigilante, após um novo ataque terrorista registado em Mocímboa da Praia, onde agora se regista uma "relativa acalmia".

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Lusa
20/09/2023 10:53 ‧ 20/09/2023 por Lusa

Mundo

Cabo Delgado

"Os trabalhos continuam normalmente, o que aconteceu em Naquitenge não é algo para paralisar as atividades e os sonhos da província de Cabo Delgado", disse Valige Tauabo na terça-feira, à margem da inauguração do armazém de grafite de Balama, em Cabo Delgado.

Em causa está um novo ataque reivindicado pela organização extremista Estado Islâmico, através dos seus canais de propaganda, uma incursão que deixou, pelo menos, 10 mortos em Naquitenge, uma aldeia do interior do distrito de Mocímboa da Praia, e cujo alvo foi um grupo de cristãos, segundo propaganda daquela organização terrorista.

Para o governador de Cabo Delgado, o ataque a Mocímboa da Praia é resultado da perseguição feita pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e, durante a fuga, os grupos insurgentes passam por algumas aldeias e criam pânico.

Segundo Valige Tauabo, a população desloca-se e circula naquele distrito do norte de Moçambique normalmente.

"Neste momento há uma acalmia relativa e nós saudamos essa bravura das nossa Forças de Defesa e Segurança", frisou o governador, pedindo que a população continue vigilante.

O novo ataque em Mocímboa da Praia ocorreu menos de um mês depois do anúncio, em 25 de agosto, pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Moçambique, Joaquim Rivas Mangrasse, da eliminação do líder do terrorismo no país, o moçambicano Bonomade Machude Omar, juntamente com outros elementos da liderança do grupo terrorista.

Bonomade Machude Omar, considerado o líder do grupo radical Estado Islâmico em Moçambique, foi visado pela segunda fase da denominada operação "Golpe Duro II" do exército moçambicano.

O líder extremista era descrito por vários especialistas como "uma simbiose entre brutalidade e justiceiro", constando da lista de "terroristas globais" dos Estados Unidos e alvo de sanções da União Europeia.

Na segunda-feira, o ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, classificou como "natural e expectável" o novo ataque de rebeldes em Mocímboa da Praia, considerando que os insurgentes estão a tentar mostrar que continuam ativos após a morte do líder do grupo.

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos a insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

No terreno, em Cabo Delgado, combatem o terrorismo -- em ataques que se verificam desde outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projetos de produção de gás natural na região - as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu esta semana "mais de 2.000" vítimas mortais.

Leia Também: Violência em Cabo Delgado continua a ser "grande preocupação"

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