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Nuclear. ONU apela à Teerão que reverta exclusão dos seus inspetores

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) apelou hoje ao Irão que reconsidere a sua decisão de negar acesso aos principais inspetores da ONU encarregados de vigiar o programa nuclear do Irão.

Nuclear. ONU apela à Teerão que reverta exclusão dos seus inspetores
Notícias ao Minuto

21:24 - 18/09/23 por Lusa

Mundo Nuclear

"Devemos pedir-lhes que revertam esta decisão", declarou o chefe da AIEA, Rafael Grossi, em entrevista à agência de notícias AFP.

A AIEA, um organismo da ONU, anunciou no sábado que o Irão retirou a acreditação de vários inspetores, uma decisão que Teerão tomou em resposta a um alerta lançado esta semana pelos Estados Unidos e pelos países europeus do grupo E3 (França, Alemanha e Reino Unido).

"Se não cooperarem com a AIEA, não conseguirão o que querem: as garantias que querem ter, a confirmação que desejam ter, a aprovação da comunidade internacional", afirmou, referindo-se aos passos que os iranianos deveriam retomar para uma redução das sanções já impostas ao país.

Rafael Grossi lamentou também a intensificação da atividade militar em torno da central nuclear ucraniana em Zaporijia, ocupada pelas forças russas desde março de 2022.

"As operações militares estão a aumentar na área. Os meus inspetores dizem-me que o nível de atividade militar é visível. É alto (...) ", disse Rafael Grossi à AFP.

"Cada dia que passa sem um acidente nuclear é um bom dia para nós", referiu.

Desde o início de junho, as tropas de Kiev realizam uma contraofensiva na zona próxima de Zaporijia, no leste e no sul do país, para tentar retomar os territórios detidos pela Rússia desde o início da invasão, em fevereiro de 2022.

Para Kiev, recuperar o controlo desta central nuclear, a maior da Europa, com uma capacidade de 6.000 megawatts, é vital para fornecer eletricidade a toda a Ucrânia.

Mas o diretor da AEIA sublinhou que um ataque direto à central ou uma interrupção do fornecimento elétrico externo pode levar a um acidente nuclear com consequências radiológicas.

"Então o que temos que fazer é garantir (...) que não haja uma deterioração profunda da situação", disse.

Referindo-se à recente viagem do líder norte-coreano Kim Jong-un à Rússia e aos seus encontros com o Presidente russo, Vladimir Putin, Grossi disse estar convencido de que Moscovo não partilharia as suas tecnologias nucleares com Pyongyang.

"Pessoalmente, não tenho nenhuma indicação ou razão para acreditar que reuniões deste tipo conduzam a riscos de proliferação", disse Grossi.

Por outro lado, prometeu que a AIEA continuará a verificar as descargas de água da central nuclear japonesa de Fukushima, que provocou protestos na China e certa preocupação pública.

"Verificámos a situação todos os dias. Até agora, tudo bem. Não consideramos as coisas como garantidas. Vamos verificar e depois expor a situação como está", prometeu.

O Japão começou a despejar no Pacífico algumas das 1,34 milhões de toneladas de água da central nuclear de Fukushima, uma operação que provocou a fúria da China.

Esta água, cuja quantidade total equivale a 540 piscinas olímpicas, foi utilizada para resfriar os três reatores que derreteram em 2011, durante um dos piores desastres nucleares do mundo.

A libertação destas águas no mar foi validada pela AIEA. Mas o lançamento do processo provocou uma crise diplomática entre o Japão e a China, que suspendeu todas as importações de produtos do mar japoneses desde o final de agosto e acusou Tóquio de tratar o mar como um "esgoto".

Leia Também: Nuclear. UE apela a Irão que reconsidere veto a inspetores internacionais

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