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Moçambique. Chissano defende coesão para evitar recrutamento de jovens

O antigo chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano defendeu hoje uma "coesão social efetiva" no país para evitar recrutamento de jovens para as fileiras dos grupos terroristas no norte de Moçambique, considerando que o país enfrenta um "inimigo oculto".

Moçambique. Chissano defende coesão para evitar recrutamento de jovens
Notícias ao Minuto

14:56 - 18/09/23 por Lusa

Mundo Moçambique/Ataques

"Precisamos de uma coesão social efetiva para que os nossos jovens e membros das comunidades não sejam engajados na causa terrorista", disse Joaquim Chissano, durante a conferência nacional sobre "Paz, Segurança, Reconciliação e Desenvolvimento", que decorre em Maputo.

O ex-estadista moçambicano considerou a coesão social um elemento relevante no contexto de conflitos e insegurança que se vive no país, referindo que o conceito contribui para a "edificação de mecanismos de resiliência" das comunidades face à violência.

Para Joaquim Chissano, Moçambique enfrenta um inimigo ainda oculto, que não apresenta as suas reivindicações, lideranças ou objetivos.

"Isso é um modelo do chamado terrorismo oculto, onde não se apresenta uma agenda, mas há atos terroristas contínuos contra as populações e instituições", referiu o antigo Presidente de Moçambique.

A província de Cabo Delgado enfrenta há quase seis anos a insurgência armada, com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

No terreno, em Cabo Delgado, combatem o terrorismo -- em ataques que se verificam desde outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projetos de produção de gás natural na região - as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).

O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu "mais de 2.000" vítimas mortais.

Leia Também: Estado Islâmico diz ter executado 11 cristãos em Moçambique

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