O presidente do Partido Popular Europeu (PPE, o maior do hemiciclo e que inclui os eurodeputados do PSD e o do CDS), Manfred Weber, apontou a questões como o crescimento económico e a competitividade: "Precisamos de crescimento, precisamos de emprego, precisamos de rendimentos dignos, precisamos de prosperidade, precisamos de uma indústria forte", defendeu, elogiando as propostas de von der Leyen para reduzir a burocracia, investir na inovação e cultivar relações comerciais" na União Europeia (UE).
O líder conservador salientou ainda, no âmbito da política migratória, "a Europa precisa de decidir quem pode entrar nas suas fronteiras e destacou o 'ADN europeu' de proteção dos refugiados".
A responsável da Aliança dos Socialistas e Democratas (S&D, onde pertencem os eurodeputados do PS), Iratxe García, gostaria, por seu lado, de ter visto "um maior empenhamento na aplicação do Pilar Social" europeu.
A socialista apelou à inclusão da violência de género na lista de crimes da UE e à utilização dos bens russos congelados para ajudar a financiar a reconstrução da Ucrânia e sublinhou a unidade da UE na resposta à invasão deste país pela Rússia.
O grupo da Esquerda (eurodeputados do PCP e BE) alertou, pela voz do co-presidente Martin Schirdewan, que "a realidade para muitos europeus continua a ser sombria, com o aumento dos custos de vida e a queda dos salários reais".
Segundo Schidewan, 95 milhões de pessoas na UE [em cerca de 500 milhões] estão ameaçadas pela pobreza".
Já o líder dos liberais do Renovar a Europa, Stéphane Séjourné, destacou as medidas positivas adotadas em resposta à pandemia, à agressão da Rússia contra a Ucrânia e ao Pacto Ecológico Europeu.
Séjourné pediu ainda que a UE se concentrasse na reindustrialização da Europa e sublinhou a necessidade de uma solução duradoura para as questões da migração.
Os Verdes, por seu lado, puxaram pelo discurso em defesa da natureza, lembrando que "há limites para o que o nosso planeta pode levar e para o que pode dar".
O líder dos ecologistas, Philippe Lamberts, defendeu que "a transição ecológica representa «a maior oportunidade económica única para a Europa" e apelou ainda a Ursula von der Leyen para abordar as questões da habitação e a intensificar os seus esforços contra as violações do Estado de direito.
Os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) salientaram que "há cada vez mais instabilidade, tensão e incerteza", pela voz de um dos líderes Ryszard Legutko .
"O contrabando de pessoas está a prosperar, o Pacto Ecológico é uma extravagância dispendiosa, o custo da dívida comum da UE será duas vezes maior do que o previsto e o orçamento da UE está em ruínas», considerou.
Por fim, o grupo Identidade e Democracia referiu que o Pacto Ecológico deveria ser mais pragmático e, disse Marco Zanni, combater as alterações climáticas sem prejudicar os agricultores.
Ursula von der Leyen proferiu hoje, perante o PE, o último discurso do Estado da União do seu mandato.
O discurso do Estado da União foi instituído pelo Tratado de Lisboa e foi proferido pela primeira vez por Durão Barroso, consistindo num balanço sobre a ação do executivo comunitário e na apresentação das principais apostas europeias para o ano seguinte.
Leia Também: Estado da União. Discurso apela à "recuperação do potencial" da UE