Um antigo polícia, que foi condenado à morte por matar seis pessoas durante os anos 80, morreu de causas naturais, na sexta-feira, enquanto esperava por uma execução que se tornou impraticável, num centro prisional no estado norte-americano da Califórnia.
Anthony Sully, de 79 anos, estava detido desde 1986 no centro de reabilitação de San Quentin, acabando por morrer num centro de saúde fora da prisão. O departamento de correção da Califórnia confirmou o óbito, explicou a Associated Press, anunciando que ainda será realizada uma autópsia para determinar a causa da morte.
Sully foi agente da polícia da área de São Francisco entre 1966 e 1974. O homem tornou-se depois num homicida em série, matando seis pessoas em 1983: Kathryn Barrett, de 24 anos; Barbara Searcy, de 22; Gloria Jean Fravel, de 24; Brendan Oakden, de 19; Michael Thomas, de 24; e Phyllis Melendez, de 20 anos de idade.
As vítimas foram todas mortas no interior de um armazém de produtos elétricos, na área metropolitana de San Francisco, com Sully a agredi-las, esfaqueá-las e baleando-as no local. Três dos corpos foram encontrados em barris, atirados num parque em San Francisco. As autoridades, na altura, encontraram as suas impressões digitais em alguns dos restos mortais.
Em 1986, Anthony Sully foi condenado à morte pela justiça norte-americana, mas passou várias décadas no corredor da morte sem que a sua execução fosse consumada. O estado da Califórnia mantém a pena de morte como uma opção para crimes graves, mas a região tornou-se cada vez mais oposta à medida e a última execução foi levada a cabo em 2006.
Em junho deste ano, o governador democrata Gavin Newsom suspendeu todas as execuções e anunciou que a Califórnia ia transitar para um sistema sem penas de morte, com os condenados a passarem a penas de prisão perpétua. A medida surgiu depois de vários especialistas, e de o próprio Newsom, terem admitido que a pena de morte é aplicada de forma injusta e desproporcional, afetando principalmente a população afroamericana.
Antes, em 2019, o governador já tinha imposto uma moratória sobre todas as execuções, fechando a infraestrutura usada para realizar as execuções no centro de San Quentin - que, segundo a NPR, ainda mantinha uma estrutura que remonta ao século XIX.
Quanto a Anthony Sully, o assassino manteve até ao fim a teoria de que não teve um julgamento justo, garantindo na altura que "não era um monstro", segundo consta em notícias dos anos 80 citadas pela Associated Press.
Outro preso no corredor da morte, Ronald L. Sanders, de 71 anos, morreu terça-feira também de causas naturais no Centro Médico da Califórnia em Vacaville, disseram autoridades penitenciárias.
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