A decisão de retirar a condecoração a Pinochet foi tomada na reunião do Conselho de Ministros do atual Governo espanhol em funções, liderado pelo socialista Pedro Sánchez.
A ministra e porta-voz do Governo de Espanha, Isabel Rodriguez, sublinhou que a condecoração tinha sido dada a Pinochet por outro ditador, Francisco Franco.
A decisão de hoje é coerente "com os compromissos democráticos, com os valores democráticos, com os direitos e as liberdades" e evita "que se prolonguem dentro do ordenamento jurídico espanhol manifestações que lembram um outro momento da história contrário a esses valores, a esses direitos e a essas liberdades", afirmou a ministra da Política Territorial.
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter) na segunda-feira, o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, afirmou que há 50 anos, com o golpe militar que levou Pinochet ao poder, "a democracia chilena foi vítima de um ataque brutal que estremeceu o mundo".
"É hora de reparar uma injustiça histórica", acrescentou Sánchez, antes de anunciar a decisão de retirar a Grande Cruz de Mérito Militar a Pinochet.
Na semana passada, o executivo espanhol desclassificou documentos relacionados com o golpe de Estado no Chile em 11 de setembro de 1973, e entregou-os ao Governo chileno.
Encabeçado pelo general Augusto Pinochet, o golpe derrubou o governo do Presidente Salvador Allende, que morreu durante o ataque militar ao Palácio de La Moneda.
Allende tinha vencido as eleições em 1970 apoiado pela coligação de esquerda Unidade Popular (UP).
A ditadura militar no Chile (1973-1990) resultou em cerca de 40 mil pessoas torturadas e presas e mais de três mil opositores executados, um terço dos quais continua desaparecido, segundo dados oficiais.
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