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Inquérito "chocante". Cirurgiãs são alvo de assédio na sala de operações

Questionário levado a cabo no Reino Unido revela abuso sexual e, até violação, como um 'segredo conhecido' na cirurgia. Vítimas são, na sua maioria, profissionais estagiárias ou com poucos anos de carreira.

Inquérito "chocante". Cirurgiãs são alvo de assédio na sala de operações
Notícias ao Minuto

09:23 - 12/09/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Reino Unido

Cerca de uma em cada três mulheres cirurgiãs no Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS) foram alvo de algum tipo de agressão ou assédio sexual nos últimos cinco anos, durante o exercício das suas funções. A conclusão é do inquérito 'Movimento MeToo para a cirurgia', ao qual o The Guardian teve acesso, que também detalha casos de violação.

O Royal College of Surgeons [equivalente a Ordem dos Médicos] descreveu os resultados deste inquérito como "verdadeiramente chocantes".

Várias profissionais de saúde alegam que foram vítimas de abusos sexuais durante operações cirúrgicas, registando-se um padrão nas características das vítimas, que são normalmente profissionais novatas ou estagiárias. Já os agressores são médicos seniores, com vários anos de experiência, refere a BBC.

O inquérito revelou que 30% das mulheres cirurgiãs que responderam afirmaram ter sido vítimas de agressão sexual, 29% das mulheres sofreram avanços físicos indesejados no trabalho, mais de 40% receberam comentários indesejados sobre o seu corpo e 38% foram alvo de "brincadeiras" sexuais no trabalho.

Quase 90% das mulheres afirmaram ter testemunhado uma conduta sexual incorreta nos últimos cinco anos, com 81% dos homens a darem a mesma resposta.

Os resultados configuram num estudo levado a cabo pela Universidade de Exeter, pela Universidade de Surrey e pelo Grupo de Trabalho sobre Má Conduta Sexual em Cirurgia.

A BBC reporta ter contactado mulheres que foram alvo de agressão sexual na sala de operações, enquanto decorria uma cirurgia. O assédio sexual, agressão sexual e até violação foram referidos como um 'segredo conhecido' do meio.

A estação britânica descreve histórias de mulheres que foram acariciadas por baixo das batas, de cirurgiões que limparam o suor da testa ao peito de mulheres na sala de operações e de médicos a esfregar pénis eretos contra colegas e subordinadas mulheres. Algumas reportam ter recebido ofertas de oportunidades de carreira em troca de sexo.

Leia Também: MP acusa ex-padre de Murça dos crimes de violação e usurpação de funções

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