Abdel Fattah al Sisi pediu sacrifícios aos seus compatriotas, num apelo que foi interpretado como uma tentativa de preparar a opinião pública para as próximas medidas de austeridade como a redução de subsídios.
Numa cerimónia na terça-feira na Academia Militar do Cairo o novo Presidente pediu aos egípcios que vivem no país e no estrangeiro que contribuam com depósitos em contas bancárias que serão abertas pelas autoridades.
Al Sisi afirmou que a confiança que o povo depositou nele ao elege-lo o obriga a adotar medidas para que o país supere a crise económica e o alto défice do orçamento de estado.
Al Sisi adiantou ainda que não poderá satisfazer nenhuma exigência de melhoria de condições laborais: "O país não poderá sustentar melhorias, é preciso que todos os egípcios e egípcias façam verdadeiros sacrifícios".
O chefe de Estado aludia à onda de greves registadas durante os dois últimos anos no país que exigiam aumentos salariais.
Desde a revolução de 2011 o Egito entrou numa grave crise económica causada pelo défice orçamental e a desvalorização da moeda local, devido sobretudo à redução de investimentos e de turistas causada pela transição politica.
As autoridades conversaram com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter um empréstimo de 4.800 milhões de dólares (cerca de 3.528 milhões de euros), que não se concretizou, e planeiam reduzir os subsídios aos combustíveis e aos alimentos básicos.