Nem o som dos batuques e as danças tradicionais são-tomenses do grupo Bulawê Oteca, da Roça de Santa Cecília, fez passar mais rapidamente o tempo para os presentes, incluindo os 50 militares que fizeram guarda de honra aos governantes, junto ao palácio dos congressos, onde funciona o parlamento são-tomense e que hoje acolhe a 14.ª cimeira da CPLP.
Um atraso de meia-hora verificou-se logo com a chegada do primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovoada, às 08:53, e o último chegar foi Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil, às 11:09, que ainda estava no voo entre Luanda e São Tomé quando o primeiro governante chegou.
Cerca das 10:10 chegou o primeiro-ministro português, António Costa, e dez minutos depois foi a vez do Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Nos intervalos da chegada, Gitomir da Costa, 37 anos, era um dos 'maestros' improvisados do grupo de música Bulawê Oteca, que cantavam as músicas dos escravos das roças, numa memória da escravatura colonial que é agora transformada em arte.
"Eram as músicas dos nossos pais, estavam esquecidas, mas, desde há alguns anos, começámos a recuperar e a cantar", afirmou o músico da banda, que inclui batuques num bidão e em percussões improvisadas com chapas de zinco.
A maior comitiva foi a brasileira, com meia centena de pessoas, que ficará em São Tomé e Príncipe o menor período tempo de todas, até porque esta é a última etapa de uma viagem já longa, que incluiu passagens pela África do Sul, para a cimeira dos BRICS, e Angola, numa visita oficial do Presidente Lula da Silva.
"O voo de regresso está agendado para as 14:00. Não podemos atrasar", afirmou uma das porta-vozes da comitiva à Lusa, ainda antes de saber que já havia um atraso de duas horas da cimeira.
A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realiza hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema "Juventude e Sustentabilidade".
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