Sal esgota em plataformas chinesas. Macau lança aviso sobre rumores
O sal marinho esgotou em muitas plataformas chinesas de comércio eletrónico, devido a uma procura repentina após a China banir todos os produtos aquáticos do Japão, informou hoje o portal de notícias de negócios Yicai.
© Lusa
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Na região administrativa especial chinesa de Macau, as autoridades acabaram mesmo por emitir um comunicado, na quinta-feira à noite, para garantir que "o fornecimento é estável" e a apelar "aos residentes para manterem a racionalidade e não acreditarem em rumores", assegurando que estão atentas a "práticas de aumento do preço sem justa causa e de açambarcamento de produtos".
"De acordo com os dados disponíveis, atualmente, o volume de stock de sal em Macau é superior a 190 mil quilos, o que é suficiente para 37 dias de consumo por toda a população de Macau, e os fornecedores também vão continuar a proceder à sua aquisição", informaram.
A suspensão das importações de todos os produtos aquáticos do Japão por parte da China aconteceu logo depois de, na quinta-feira, a central nuclear de Fukushima ter iniciado a descarga de águas contaminadas no oceano.
O Yicai noticiou que muitos produtores de sal cotados em bolsa registaram na quinta-feira aumentos significativos nos preços da ações, em resposta ao súbito aumento da procura.
O jornal estatal Global Times escreveu também que a procura de detetores de radiação, "que podem ser utilizados em alimentos e cosméticos importados", aumentou 232% esta semana e que as vendas desses dispositivos aumentaram na quinta-feira, coincidindo com o início das descargas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês apelidou na quinta-feira o Japão de "egoísta e irresponsável", uma vez que se trata de "uma questão de segurança nuclear cujo impacto ultrapassa as fronteiras do Japão".
Pequim tem apelado nos últimos dias ao Japão para que suspenda o plano e anunciou que vai manter "um elevado grau de vigilância" sobre as importações de alimentos provenientes do Japão.
O plano de descargas em Fukushima recebeu a aprovação da Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) e, ainda na quinta-feira, a agência da ONU garantiu que a concentração de trítio na água da central nuclear está bem abaixo do limite esperado.
A operadora da central pretende libertar 31.200 toneladas de água tratada até ao final de março de 2024, o que esvaziaria apenas 10 dos cerca de mil tanques de armazenamento, embora o ritmo de descarga deva aumentar mais tarde.
A primeira fase deve durar cerca de 17 dias e prevê que sejam descarregados cerca de 7.800 metros cúbicos de água contendo trítio, uma substância radioativa que só é perigosa em doses muito concentradas.
A libertação de água começou quase 12 anos e meio após o acidente nuclear de março de 2011, causado por um forte sismo e tsunami.
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