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Família sobrevive a fogo no Havai após passar cinco horas no oceano

Família saltou para a água para escapar ao fogo.

Família sobrevive a fogo no Havai após passar cinco horas no oceano
Notícias ao Minuto

17:13 - 14/08/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Havai

O arquipélago do Havai, nos Estados Unidos, tem estado a enfrentar uma das piores tragédias da sua história devido aos incêndios que deflagraram no passado dia 8 de agosto. Até ao momento, há registo de 96 mortos - um número que deverá aumentar - e inúmeras pessoas perderam tudo o que tinham.

A ilha de Maui foi uma das mais afetadas e muitos tentaram escapar do fogo saltando para a água. Assim aconteceu com uma família que escapou, por pouco, da morte, e que passou cinco horas no Oceano Pacífico.

À CBS News, esta família natural de Lahaina, Maui, contou como tudo aconteceu. Milo Tomkinson, de 13 anos, e o irmão mais velho, Noah Tomkinson, de 19, tentaram fugir de casa, com a mãe, quando as chamas se começaram a aproximar de sua casa. 

A família seguia de carro, mas o trânsito era intenso na única estrada disponível. Ao mesmo tempo, as chamas aproximava-se rapidamente e começavam a destruir tudo à sua volta.

Noah contou que, naquele momento, já imaginava o que teria de fazer caso tivessem de abandonar o carro.

"Eu estava a dizer à minha mãe e ao Milo que deveríamos estar prontos para sair do carro e correr (...) nem sei se estávamos a sentir alguma emoção, estávamos em pânico", lembrou.

O pior acabou mesmo por acontecer. A família deixou o carro para trás e procurou um abrigo a pé, contudo, as chamas estavam por todo o lado. "Então nós pensámos, sim, temos que saltar para o oceano... e então, uma vez que entrámos na água, todo o vento e todo o fogo, e a poluição estavam a vir na nossa direção", disse Noah.

A família passou cinco horas no oceano. 

"Senti que era o meu trabalho manter todos os outros calmos, porque a minha mãe naquele momento não estava a passar bem, a sua respiração preocupava-me muito, os olhos dela não estavam bem. Até o Milo estava mais preocupado, nós os dois estávamos mais preocupados com a nossa mãe enquanto estávamos na água do que connosco... Acho que ela meio que congelou, porque tudo estava a acontecer", acrescentou.

O jovem ajudou a mãe a flutuar e, quando as chamas começaram a diminuir, decidiram que era seguro voltar à praia.

Ainda assim, os desafios continuavam, com "metal a voar" pelo ar. Quando o vento acalmou, a família procurou abrigo num dos poucos carros que não tinham ardido.

"Parte de mim pensou que não conseguiríamos sair do carro", disse, lembrando que o fumo estava por toda a parte. Por fim, a ajuda acabou por chegar.

Os bombeiros apareceram e levaram a família até ao estacionamento de um loja, onde foram levados numa viatura da polícia para apanharem um autocarro para um abrigo implementado numa escola.

"Eu estava tão aliviado por estar vivo (...) Mas senti-me culpado", admitiu, lembrando todos aqueles que não conseguiram escapar do fogo.

Ao mesmo tempo que a família enfrentava esta luta pela sobrevivência, o pai, David Tomkinson, estava do outro lado da ilha preocupado, incapaz de comunicar com os filhos e a mulher.

"Eles ligaram-me e fiquei tão aliviado", disse David. "Estou muito grato por eles estarem vivos", frisou.

A família está agora a tentar ajudar a comunidade e pede aos turistas para que não visitem a ilha, para que esta tenha tempo de se reconstruir, mas que considerem doar dinheiro e suprimentos. 

Noah criou uma angariação de fundos na plataforma GoFundMe. "A minha família e eu somos residentes de Lahaina. No dia 8 de agosto, durante os incêndios, perdemos a nossa casa, carro e a maior parte dos nossos pertences nas chamas. Sobrevivemos saltando para a água e ficando lá a maior parte da noite. Ambos os locais de trabalho dos meus pais arderam", contou.

"Usaremos quaisquer fundos muito apreciados para nos mantermos à tona enquanto procuramos casa, emprego e para substituir os nossos itens perdidos", acrescentou.

A família pediu 10 mil dólares, mas, até ao momento, já foram doados mais de 42 mil dólares, mais de 38 mil euros.

Leia Também: Havai. Açores disponíveis para "colaboração solidária" devido a incêndios

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