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Pence procura tirar proveito de 'casos' de Trump nas primárias nos EUA

Um dos adversários Republicanos mais críticos de Donald Trump passou a ser o seu ex-vice-presidente, Mike Pence, que começou a tentar tirar proveito dos processos judiciais do ex-Presidente.

Pence procura tirar proveito de 'casos' de Trump nas primárias nos EUA
Notícias ao Minuto

15:43 - 05/08/23 por Lusa

Mundo Mike Pence

Nos últimos dias, a campanha de Pence revelou novas camisolas e bonés de beisebol com a frase "Demasiado honesto" em grandes letras vermelhas - uma referência a um episódio na acusação em que o ex-presidente telefonou para Pence a repreendê-lo pela sua recusa em seguir o esquema de Trump para alterar o resultado da eleição presidencial de 2020.

"Você é demasiado honesto", terá dito Trump em tom de brincadeira, numa frase que se tornou um 'slogan' para o também candidato nas primárias Republicanas, que decidirão quem será o candidato do partido nas eleições do próximo ano.

A decisão de Pence de aproveitar as palavras de Trump marca uma mudança visível de tom para um candidato geralmente cauteloso que tem lutado para se destacar nas primárias Republicanas, dominadas pelo seu ex-chefe.

Desde o início do processo judicial contra Trump (em que este é acusado de ter promovido a invasão do Capitólio, para tentar obstruir a contagem de votos das eleições de 2020), em que Pence teve um papel relevante (era ele quem estava responsável pela validação do colégio eleitoral perante o Congresso), o ex-vice-presidente tem aumentado o tom das críticas.

"O povo americano merece saber que o Presidente Trump e os seus conselheiros não me pediram apenas para fazer uma pausa. Eles pediram-me para não aceitar os votos, para devolver votos. Basicamente, pediram-me para anular a eleição", disse Pence numa entrevista à cadeia televisiva Fox News, na quarta-feira.

A resposta de Pence pode parecer a reação esperada de um homem que teve de fugir para salvar a sua vida em 06 de janeiro de 2021, quando uma violenta multidão de apoiantes de Trump invadiu o edifício do Capitólio, entrando em confronto com a polícia e interrompendo a sessão conjunta do Congresso liderada pelo ex-vice-presidente.

Na rua, a multidão tinha começado a gritar "Enforquem Mike Pence!".

A surpresa de Pence ser agora tão crítico de Trump reside no facto de ele se ter recusado a criticar publicamente o ex-presidente durante os seus quatro anos de mandato, defendendo sempre o seu chefe de forma respeitosa, mesmo nos episódios mais polémicos e, aparentemente, indefensáveis.

"Acho que este é o 'basta' de Mike Pence. Este é o 'Vamos fazer isto'", explicou o porta-voz da sua campanha, Devin O'Malley.

Pence ainda se recusou a comparecer perante o comité do Congresso que investigou a invasão do Capitólio, criticando o trabalho dos congressistas, que classificou como sendo politizado.

Mas os seus conselheiros consideram que está na altura de ele se demarcar politicamente de Trump e de o fazer denunciando as mentiras do ex-Presidente, mesmo que isso possa, para já, revelar-se como um problema político, já que as sondagens indicam que a popularidade do ex-Presidente continua em alta dentro do partido.

De resto, já durante o lançamento da sua campanha, Pence atreveu-se a atacar diretamente Trump, dizendo que "alguém que se coloca acima da Constituição, nunca deve ser Presidente dos Estados Unidos".

Contudo, logo a seguir, Pence insistiu na estratégia de não voltar a atacar o ex-Presidente e de preferir salientar o seu plano económico e social.

Agora, Pence parece ter alterado o seu posicionamento e dá sinais de tentar tirar proveito dos vários processos judiciais em que Trump está envolvido, o que lhe parece estar a render benefícios, sobretudo em termos de angariação de fundos para a sua campanha.

As sondagens indicam que Pence está muito atrás de Trump nas intenções de voto para as primárias Republicanas (mais de 40 pontos percentuais), mas o ex-vice-presidente acredita que os casos judiciais do seu ex-chefe podem começar a ser um problema para o partido, permitindo que tudo fique ainda em aberto na escolha do candidato que concorrerá ao lugar na Casa Branca.

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