Aumento de lepra na Florida pode criar "processo endémico" na região
Se antes, a maioria das transmissões da doença se verificavam em pessoas imigrantes, o estado regista cada vez mais uma transmissão localizada.
© Jeff Greenberg/Universal Images Group via Getty Images
Mundo Lepra
O número de casos de lepra tem aumentado exponencialmente nos Estados Unidos e, em particular, no estado da Florida, com as autoridades de saúde preocupadas que a região se torne numa "localização endémica" para a doença infeciosa grave.
Num novo relatório, Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC, na sigla em inglês) afirmou que foram registados 159 casos de lepra em todo o país em 2020 - o último ano com dados disponíveis -, sendo que a Florida registou mais de um quinto desses casos.
O centro da Florida, em particular, é responsável por 81% dos casos de todo o estado.
No geral, o número de casos de lepra no sudeste dos Estados Unidos mais do que duplicou nos últimos dez anos, sendo que o dado mais preocupante, para as autoridades, é mesmo a propagação da doença sem a 'ajuda' de imigrantes provenientes de zonas onde a lepra seja mais comum.
"Enquanto que a lepra nos Estados Unidos afetou previamente pessoas que imigraram de áreas endémicas da lepra, cerca de 35% dos novos pacientes entre 2015 e 2020 parece ter contraído lepra localmente", disse a CDC, num relatório citado pelo The Guardian.
Para a organização, estes dados representam "um crescimento de provas epidemiológicas que apoiam a lepra como um processo endémico no sudeste dos Estados Unidos", e já faz inclusive um aviso sobre viajantes que se desloquem para a Flórida.
A lepra é uma doença grave, que se espalha por partículas de humidade no ar e pode causar deficiências graves, especialmente ao nível nervoso e da pele, mas é curável com medicação e danos permanentes podem ser evitados se for diagnosticada a tempo. A doença é conhecida pelos danos visíveis que deixa na pele das pessoas afetadas.
Em abril, a Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou a ocorrência de dois casos de lepra de cidadãos, oriundos do Brasil - uma das zonas onde a doença ocorre mais frequentemente, a par da Índia, Indonésia e outras zonas do sudeste asiático e do continente africano. Os casos na Europa são raros.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de 200 mil casos de lepra registados anualmente, sendo que, em 2000, a organização declarou a lepra eliminada como um problema de saúde pública a nível global.
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