"Foi cremado domingo, seis horas após a sua morte, pelo que não nos pudemos despedir", disse a dissidente à AFP, numa mensagem de WhatsApp.
Segundo o portal de notícias independente 14ymedio, Vladimiro Roca sofria de diabetes e doença de Alzheimer.
Filho de um dos fundadores e dirigentes históricos do Partido Comunista Cubano (PCC), Vladimiro Roca foi um dos mais ferozes opositores dos governos de Fidel Castro e, depois, de Raúl Castro.
Nos anos 90, integrou o "Grupo de Trabalho da Dissidência Interna", ao lado de outros opositores, como Martha Beatriz Roque, René Gomez Manzano e Felix Bonne, entretanto falecido.
Chegou a dirigir o coletivo Todos Unidos, numa tentativa de unir os dissidentes a nível nacional.
Em 1997, foi detido e acusado de atentar contra a segurança do Estado, depois de ter assinado um documento com três outros dissidentes em que se pedia um sistema multipartidário e a liberdade económica. Cumpriu quase cinco anos de prisão.
"A revolução morreu há muito tempo. Agora está em vigor um regime ditatorial", disse à AFP em 2019, para assinalar o 60.º aniversário da revolução castrista.
Depois de se formar na União Soviética, em 1963, pilotou os caças MIG russos no exército cubano e depois trabalhou na aviação civil.
Estudou, posteriormente, economia e trabalhou numa agência governamental, antes de ser demitido em 1992.
Como muitos dissidentes da sua geração, admitiu ter-se mantido discreto nos últimos anos.
Mas disse que continuaria a aconselhar a geração mais jovem de dissidentes a manter a luta contra o regime comunista.
Leia Também: Morreu a cantora e compositora angolana Garda, aos 92 anos