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Níger. França desmente uso de meios letais contra manifestantes

A França desmentiu hoje as informações segundo as quais teria utilizado força letal para dispersar os manifestantes que protestavam, no domingo, defronte da sua embaixada em Niamey, no Níger.

Níger. França desmente uso de meios letais contra manifestantes
Notícias ao Minuto

20:24 - 31/07/23 por Lusa

Mundo Niamey

Após a manifestação, responsáveis nigerinos disseram à imprensa que a França tinha disparado munições reais contra a multidão.

"Contrariamente às afirmações de alguns oficiais militares nigerinos, não foram utilizados meios letais pelas forças de segurança francesas", declararam os Ministérios dos Negócios Estrangeiros e das Forças Armadas franceses num comunicado de imprensa conjunto.

Um golpe de Estado no Níger, liderado pelo general Abdourahamane Tchiani, derrubou o Presidente eleito, Mohamed Bazoum, na passada quarta-feira.

Tchiani justificou o golpe de Estado com a "deterioração da situação de segurança" num país assolado pela violência dos grupos fundamentalistas islâmicos.

Milhares de manifestantes a favor do golpe de Estado reuniram-se no domingo em frente à embaixada francesa em Niamey, a capital do Níger, antes de serem dispersados por gás lacrimogéneo, tendo resultado seis feridos.

Alguns dos manifestantes tentaram entrar no edifício, outros arrancaram a placa onde se lia "Embaixada de França no Níger", antes de a pisarem no asfalto e a substituírem por bandeiras russas e nigerinas.

"A Embaixada de França em Niamey foi ontem (domingo) violentamente atacada por grupos visivelmente preparados, que as forças de segurança nigerinas não conseguiram controlar totalmente", lê-se no comunicado conjunto dos dois ministérios franceses.

"A França recorda que a segurança das instalações e do pessoal diplomático, bem como a dos residentes estrangeiros, são obrigações decorrentes do Direito Internacional e, em particular, das Convenções de Viena", prosseguem no comunicado.

Os soldados nigerinos que derrubaram o Presidente Bazoum acusaram hoje a França - a antiga potência colonial do Níger e apoiante convicto do chefe de Estado deposto - de "querer intervir militarmente", um dia depois de uma cimeira dos vizinhos do Níger, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) ter ameaçado usar a "força" se no prazo de uma semana não fosse reposta a legalidade constitucional.

A ministra alertou ainda para a possibilidade de que a Rússia tente aproveitar-se do golpe de Estado no Níger, considerando que a crise no país africano tem "todos os ingredientes habituais para a desestabilização ao estilo russo-africano".

Também em Paris, fontes da Presidência francesa divulgaram hoje que o Presidente Emmanuel Macron falou com Mohamed Bazoum, e com o seu antecessor, Mahamadou Issoufou, bem como com alguns líderes de países da CEDEAO para tentar encontrar uma solução para a crise no Níger.

Em particular, Macron falou com os Presidentes da Nigéria, Chade, Costa do Marfim, Senegal e Benim, bem como com "parceiros europeus e internacionais (da França) envolvidos na resolução da crise nigerina", acrescentaram as fontes.

"A França condena firmemente o golpe militar ilegítimo e exige o restabelecimento da ordem constitucional e do Presidente Bazoum", acrescentaram.

"A prioridade é a segurança dos nossos cidadãos e das nossas empresas", adiantaram as fontes.

O Níger, antigo território colonial francês, é um parceiro estratégico da França, que tem atualmente cerca de 1.500 militares no país envolvidos na luta contra extremistas islâmicos.

Leia Também: Níger. Detidos 4 ministros, ex-ministro e chefe do partido de Bazoum

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