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Espanha. Partido de Puigdemont admite negociar com Sánchez

O partido independentista Juntos pela Catalunha (JxCat), do ex-presidente do governo regional Carles Puigdemont, admitiu hoje negociar com os socialistas para viabilizar um governo de esquerda em Espanha, mas reiterou que não o fará "a troco de nada".

Espanha. Partido de Puigdemont admite negociar com Sánchez
Notícias ao Minuto

20:06 - 24/07/23 por Lusa

Mundo Espanha/Eleições

O JxCat está disponível para formar com outros partidos independentistas catalães "uma frente comum em Madrid" e para negociar com o partido socialista (PSOE), do atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, a viabilização de um novo governo de esquerda, depois das eleições legislativas espanholas de domingo, disse hoje o vice-presidente do JxCat, Josep Rius, numa conferência de imprensa em Barcelona.

Josep Rius disse que o partido vai negociar com base em "dois grandes eixos, a autodeterminação [da Catalunha] e a amnistia" de independentistas envolvidos na tentativa de independência catalã de 2017, insistindo em que o JxCat "não investirá Pedro Sánchez" como primeiro-ministro "a troco de nada".

O dirigente do JxCat afirmou que o partido não foi até agora contactado pelo PSOE para iniciar negociações e sublinhou que a iniciativa terá de partir dos socialistas, que são quem tem de convencer outras forças a dar-lhes apoio no parlamento.

As eleições legislativas espanholas de domingo terminaram sem maiorias absolutas à esquerda e à direita, pelo que a investidura do novo governo ficou nas mãos de partidos regionalistas, nacionalistas e independentistas, como já aconteceu na última legislatura.

O atual governo espanhol é uma coligação do partido socialista (PSOE) e da plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos e foi viabilizado no parlamento por outras oito forças políticas.

Entre essas oito forças políticas estavam nacionalistas bascos, catalães e galegos e dois partidos separatistas de esquerda, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e o EH Bildu (do País Basco).

A ERC e o Bildu já manifestaram a intenção, em declarações no domingo à noite e hoje, de voltarem a viabilizar um governo de esquerda e extrema-esquerda em Madrid, para evitar a repetição das eleições e o risco da chegada da direta ao poder.

De todos os partidos independentistas, o EH Bildu foi o único a melhorar os resultados nas eleições de domingo e passou de cinco para seis deputados no parlamento espanhol.

Na Catalunha, onde os socialistas foram os mais votados, a ERC passou de 13 para 7 deputados e o JxCat perdeu um lugar no parlamento e tem agora também 7.

A ERC já disse que está disponível para voltar a viabilizar um governo de Sánchez em Madrid, mantendo as exigências do acordo da anterior legislatura: mais autonomia fiscal para a Catalunha, a passagem dos comboios suburbanos para a tutela regional e a manutenção da "mesa de diálogo" entre executivo nacional e autonómico, no seio da qual pretende conseguir uma acordo para um referendo sobre a independência e amnistia dos envolvidos no processo de 2017.

Já o JxCat assumiu sempre, na última legislatura, um papel de oposição ao governo de Sánchez no parlamento espanhol, não aceitou sentar-se na "mesa de diálogo" entre executivo de Espanha e regional catalão formada na última legislatura e exige um referendo e uma amnistia para independentistas.

As exigências do JxCat já foram rejeitadas no passado pelo PSOE.

Dirigentes da ERC apelaram no domingo à noite e hoje ao JxCat para se juntar a uma frente independentista no parlamento espanhol que impeça um governo do Partido Popular (PP, direita) ou de coligação do PP com a extrema-direita (VOX).

O JxCat é liderado por Carles Puigdemont, que vive na Bélgica desde 2017 para fugir à justiça espanhola, após a tentativa da de independência da Catalunha de 2017.

Puigdemont reiterou no domingo, numa publicação na rede social Twitter, a sua oposição às políticas dos socialistas para a Catalunha, mas terminou o texto com uma mensagem que parece ser mais crítica da direita: "Temos de continuar a defender a Catalunha contra aqueles que querem liquidar a nossa língua, a nossa cultura, a nossa nação."

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