Segundo os dados da 17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a subida foi de 8,2% na comparação com o ano anterior, quando foram registados 69.886 casos de violação sexual.
O levantamento considera casos de ocorrências que foram informados às autoridades policiais. Como nem todos são registados, pode haver subnotificação.
O total de 74.930 casos de violência sexual contra mulheres está dividido em 18.110 violações de pessoas adultas e 56.820 violações de vítimas menores de idade.
O relatório apontou que seis em cada 10 vítimas (ou 61,4%) deste crime no Brasil têm até 13 anos e 10,4% têm menos de 4 anos.
Cerca de oito em cada 10 vítimas de violência sexual no Brasil eram menores de idade, ou seja, tinham menos de 18 anos.
Na faixa dos 14 aos 17 anos, a maior parte das violações ainda é de pessoa vulnerável e acontece em situações em que a vítima não é capaz de oferecer resistência.
O perfil das vítimas de violação sexual indica que 88,7% são do sexo feminino, 11,3% do sexo masculino.
A maioria são pessoas negras (56,8%), seguido de brancas (42,5%), 0,5% indígenas e 0,4% descendentes de asiáticos.
Os dados recolhidos apontam que a maioria destes crimes acontece dentro da casa das vítimas (68,3%), enquanto 9,4% aconteceram em vias públicas.
Entre as vítimas com menos de 13 anos, 86,1% das violações são cometidas por pessoas conhecidas, e 64,4% dos agressores são familiares.
Já entre as vítimas com mais de 14 anos, 77,2% das violações são cometidas por pessoas conhecidas e 24,3% por parceiros próximos.
Os feminicídios também tiveram um aumento de 6,1% no Brasil entre 2021 e 2022.
Em 2021, foram 1.347 casos e, em 2022, o montante subiu para 1.437 casos.
Entre os casos registados de violência doméstica contra mulheres, o número saltou de 237.659, em 2021, para 245.713 em 2022.
O Anuário Brasileiro de Segurança é realizado desde 2007 e produzido com dados e indicadores oficiais recolhidos junto das secretarias de segurança dos 27 estados brasileiros.
Na edição divulgada hoje, a taxa de mortes violentas caiu, mas cresceram todos os indicadores de violência doméstica e de violência contra a mulher.
Leia Também: Apesar de compromissos na transição energética, Brasil investe no gás