"Fomos forçados a suspender as nossas vendas porque a atual situação climática nos preocupa. Acreditamos que a principal colheita, que começará em outubro, não será boa", disse o presidente do Conselho Café-Cacau (CCC), órgão regulador do país.
"Não conseguiremos ter uma produção suficientemente grande para satisfazer a procura", esclareceu Yves Brahima Koné.
No final de junho, os preços do cacau dispararam no mercado internacional, atingindo um máximo de oito anos, devido, em particular, aos receios sobre a oferta marfinense.
Os meses de junho e julho são tradicionalmente chuvosos na Costa do Marfim, mas este ano as chuvas foram particularmente intensas, especialmente no sul, uma região forte na produção de cacau.
"Há várias semanas que assistimos a um aumento recorde dos preços mundiais do cacau e a lógica teria ditado que devíamos aproveitar para vender o maior número possível de contratos e oferecer um preço compensador aos nossos produtores. Infelizmente, não podemos fazer isso", disse Koné.
"As consequências destas chuvas torrenciais na colheita são muitas e variadas" e vão reduzir a produção de vagens, continuou.
A Costa do Marfim tem 45% da produção mundial de cacau, o que representa 14% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e alimenta 24% da população do país, de cerca de 27 milhões de habitantes.
No ano passado, o país produziu 2,4 milhões de toneladas de cacau.
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